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Feiras e Eventos / Política

Alagev pede reavaliação do decreto que retoma exigência de vistos

Giovanna Jannuzzelli diretora da Alagev Alagev pede reavaliação do decreto que retoma exigência de vistos

Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev (Arquivo/M&E)

A Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) divulgou um comunicado oficial para a reavaliação do Decreto nº 9.731/2019 sobre a exigência de visto brasileiro para cidadãos da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão. A medida, segundo a associação prejudicará o setor como um todo, principalmente com o aumento da burocracia. Veja o comunicado na íntegra de Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev.

“De acordo com o Ministério do Turismo, o setor é responsável por mais de 7 milhões de empregos, o que corresponde a 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mais de 3,63 milhões de turistas internacionais visitaram o Brasil em 2022. O segundo maior mercado são os norte-americanos com 441 mil, seguidos de 54,2 mil canadenses, 25 mil australianos e 17,6 mil japoneses. Ao todo, essas nações respondem a cerca de 15% de turistas que movimentam o segmento brasileiro.

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (World Travel & Tourism Council – WTTC) apresentou que com simplificação dos processos de vistos as economias do G20 têm o potencial de angariar um adicional de 122 milhões de turistas e de gerar um acréscimo de US$ 206 bilhões em receitas.

E pensando na área de atuação da entidade, segundo o Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela Alagev em parceria com a FecomercioSP, referente aos resultados de 2022, considerando os dados de janeiro a dezembro, o setor de viagens corporativas registrou faturamento acumulado de R$ 93,6 bilhões, o que representa crescimento de 81,6% na comparação com 2021, porém ficando 4,7% abaixo de 2019, ano pré-pandemia. Caso o decreto seja validado, a expectativa é que esse número de faturamento tende a diminuir, pois aumentará as burocracias para vistos de empresas desses países.

As justificativas utilizadas pelo governo para o retorno dos vistos se resumem aos princípios da reciprocidade, conceito do Direito Internacional que estabelece que os países devem ser tratados igualmente. Ao reverter a isenção do visto, o governo analisou que o impacto da retomada deverá ser pequeno e usou como evidência os dados de fluxo de entrada de pessoas desses países desde 2019.

A Alagev discorda desse posicionamento, pois os dados analisados são de anos em que o mundo estava enfrentando consequências da pandemia da covid-19. A associação ainda ressalta que países latinos como Argentina, Chile, Colômbia e Peru não exigem visto dos cidadãos estadunidenses.

Segundo estudos da FecomercioSP, em 2020 e 2021, a indústria deixou de faturar aproximadamente R$ 120 bilhões em comparação aos resultados do mesmo período de 2019. Com isso, a exigência de visto pode tornar o processo de recomposição das perdas ainda mais lento.

Repleto de belezas naturais e conhecido pelo clima tropical e hospitalidade do povo, o turismo é fonte de riqueza e desenvolvimento para o Brasil. Ao não aprovar a necessidade de vistos, ganhamos na facilidade do aumento da ocupação em hotéis, restaurantes, voos, passeios, comércio e na geração de empregos. Estou certa de que com a união de todos, vamos conseguir cocriar um setor mais equilibrado e justo”.

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