O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 110,3 pontos em novembro, queda mensal de 1,9% e uma variação anual de -16,4%, comparado com novembro de 2022. Embora as expectativas de faturamento do setor tenham aumentado por conta da Black Friday e do Natal, todos os indicadores do Icec apresentaram queda, com destaque para a avaliação das condições atuais (-5,4%), que mede a percepção quanto à economia, ao setor e à própria empresa.
Os dados são da pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “O risco fiscal, os juros ainda elevados e a possível majoração dos tributos, advinda da reforma tributária, por exemplo, são fatores que contribuem para um sinal de alerta para a atividade econômica do País. O índice que mede as expectativas futuras do empresário do comércio teve redução de 0,6%, sendo a maior queda desde abril de 2021”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Ainda assim, o presidente ressalta que as duas próximas datas comemorativas (Black Friday e Natal) podem mudar a expectativa do empresário nos próximos meses. A expectativa de aumento das vendas com a Black Friday incentivou a reposição de estoques por parte do segmento de bens duráveis, como eletroeletrônicos, móveis e decoração. Mesmo com a redução da confiança, o comércio de duráveis apresentou a maior influência para a visão mais favorável em relação ao estoque (+1,2%).
O economista-chefe da CNC, responsável pelo levantamento do Icec, Felipe Tavares, explica que seis em cada dez empresários percebem uma piora na atividade econômica e no desempenho das vendas, refletindo as incertezas do panorama atual. “O cenário está crescendo a taxas decrescentes, ou seja, existem melhoras mensais, mas a taxa de crescimento é menor, comparada ao mês anterior. Por isso, a percepção em relação às próprias empresas atingiu 99,8 pontos, retornando a um nível abaixo de 100 pontos, algo que não ocorria desde junho de 2023”, avaliou.