A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta um avanço modesto nas vendas no varejo neste ano, com um crescimento estimado de 1,1% em comparação com 2023. Nesta quarta-feira (7), a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que o varejo cresceu 1,7% em 2023. No entanto, essa taxa de crescimento ainda não alcançou os patamares observados antes de 2018, acima de 2%.
A CNC destaca a importância de políticas econômicas eficazes para estimular o crescimento sustentável do comércio varejista. “A redução gradual da taxa básica de juros ao longo do ano, aliada à melhora das condições de consumo, pode impulsionar o setor, mas ainda enfrentamos obstáculos significativos, como o elevado endividamento das famílias”, diz o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Em 2020, o crescimento do varejo foi de 1,2%. Em 2021, foi de 1,4% e, em 2022, o aumento foi de 1%. O economista da CNC responsável pelas projeções, Fabio Bentes, aponta que, embora semelhantes às de 2023, as taxas são explicadas por razões distintas. “Se, em 2020 e 2021, a crise sanitária ditou o ritmo das vendas, a partir de 2022, as baixas condições de consumo da população, com crédito caro e juros altos, que justificaram o fraco desempenho do varejo”, explica o economista.
Parte do varejo ainda não se recuperou da Covid-19
Passados quase quatro anos do início da crise sanitária, metade dos 10 segmentos avaliados pelo IBGE ainda apresenta perdas em relação a fevereiro de 2020. As mais significativas são as observadas nos ramos de livrarias e papelarias (em que a queda significa 43,5%) e de vestuário, calçados e acessórios (com redução de 26%).
Ainda assim, o crescimento das vendas, mesmo modesto, levou a um avanço no número de pontos de venda ativos no varejo brasileiro. Em 2023, havia 2,520 milhões de estabelecimentos varejistas ativos (desconsiderando-se os MEIs) no País, 8,2% a mais que em 2022. Mais uma vez, puxaram a reabertura os segmentos de hiper e supermercados (com 9% de lojas novas) e farmácias (9,3% abertas no ano passado), segundo dados da Redesim, vinculada ao Ministério da Fazenda.