WTTC: Brasil deve focar no mercado doméstico

O World Travel & Tourism Council (WTTC) está divulgando um estudo sobre o impacto do Turismo na economia brasileira. Em 2013 o setor de viagens e turismo aumentou em 3,4% a sua contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para 204, com a Copa do Mundo, a previsão é de um crescimento ainda maior, de 5,2%. O estudo também mostra que a  maior parte desta movimentação (95%) é proveniente do fluxo doméstico e que a entrada de estrangeiros permanece estática, tendo alcançado 5,7 milhões em 2013.

Para o presidente e CEO do WTTC, David Scowsill, a chave para o desenvolvimento da infraestrutura e aumento de turistas estrangeiros está justamente no investimento do segmento doméstico. “Se você melhorar a infraestrutura para estimular viagens domésticas, então os visitantes internacionais virão automaticamente”, disse.

Segundo Scowsill, apesar de estar muito tarde para que a Copa cause um grande impacto, a tendência é que a indústria de viagens e turismo nacional seja impulsionada, apesar dos problemas de infraestrutura que o Brasil enfrenta. “Existe a situação com os vistos, porque o Brasil pede vistos para a maioria dos visitantes internacionais, e isso pode desencorajar alguns turistas, por conta da burocracia envolvida e dos gastos. A segunda é a capacidade dos voos internacionais, e a terceira é a infraestrutura dos aeroportos”, afirmou.

Para ele, o investimento em infraestrutura no país deveria ter ocorrido na época em que o Brasil foi escolhido país sede do Mundial e das Olimpíadas. Em relação ao segundo evento, se mantém otimista. “Acho que o Brasil perdeu algumas oportunidades de construir essa infraestrutura antes dos eventos, porque essas decisões deveriam ter sido tomadas há dez anos. Isso está acontecendo muito tarde, mas ainda assim esses eventos terão um impacto positivo”, ressaltou. “A Olimpíada realmente será apenas sobre o Rio e sua infraestrutura. A questão principal sobre o evento é como esse desenvolvimento será usado depois da competição. Se isso for feito de maneira eficaz, será um grande estímulo para a cidade”, complementou.

Scowsill vê ainda falhas na promoção do Brasil no exterior. Segundo ele, há também um deficit no investimento por parte do governo. “Os EUA mudaram sua ação publicitária drasticamente há dois ano e decidiram que iriam usar uma parte do seu lucro com vistos para investir em publicidade para o país. Então eles criaram a Brand USA, que utiliza este dinheiro. Essa é uma boa maneira de aumentar o investimento no marketing”, finalizou.