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Opinião / Política

OPINIÃO – A política e o Turismo: Uma Perspectiva Alternativa

Toni Sando Eric Ribeiro OPINIÃO - A política e o Turismo: Uma Perspectiva Alternativa

Toni Sando, presidente da Unedestinos – União Nacional dos CVBs e Entidades de Destinos, presidente Executivo do SP Convention & Visitors Bureau e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo (Eric Ribeiro/M&E)

O Brasil, um país com uma riqueza natural e cultural notável, além de um tamanho continental, enfrenta desafios significativos no campo do turismo.

Esse setor tem um enorme potencial para gerar riqueza, renda e emprego a curto prazo. No entanto, a falta de políticas públicas consistentes ao longo dos anos resultou em um número subestimado de turistas e na queda de posições em rankings internacionais, que são cruciais para atrair novos eventos e visitantes, comprometendo assim o potencial do Brasil como um dos melhores destinos do mundo.

Enquanto o turismo oferece oportunidades para atrair investimentos e promover a prosperidade, a política partidária parece estar desconectada dessa realidade, resultando em uma gestão instável e turbulenta.

As mudanças ministeriais baseadas em negociações partidárias não são algo novo, como foi ressaltado recentemente pelo Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e podem ser compreensíveis. A governabilidade de um líder executivo é resultado de uma série de ações e reações. No entanto, é extremamente incoerente incluir a estrutura da Embratur, nesse jogo, uma vez que ela existe com o objetivo de promover os destinos brasileiros no mundo por meio de participações em feiras internacionais, campanhas de marketing, mídia, capacitação de agentes de viagens, sistema de informações e analise, entre outras atribuições relacionadas.

O setor do turismo, que engloba eventos e viagens, há muito tempo desejava uma agência de promoção profissional e independente que representasse o Brasil internacionalmente. O reposicionamento da Embratur trouxe esperança e debatido muito a pauta, durante o governo de transição, e nos últimos meses, o trabalho realizado pela agência, com uma equipe de alta qualidade, estratégias baseadas em fatos e dados e uma posição forte como um grande destino turístico, reforçou essa esperança. Além disso, as organizações de Visitors e de Conventions Bureaus compartilham o objetivo de promover seus destinos por meio de abordagens inteligentes e focadas, levando em consideração aspectos como sustentabilidade e tecnologia.

As associações do setor de turismo, eventos e viagens acompanham de perto cada passo dado pela Embratur, com otimismo, críticas construtivas e perseverança. Elas torcem pelo aumento da relevância e do alcance da agência, pela busca de novas formas de recursos que fortalecerão as ações de promoção e pelos projetos estratégicos relacionados a pesquisas, dados, diversidade, sustentabilidade, modernização, entre outros aspectos.

No entanto, a atual conjuntura política ameaça os avanços conquistados. A barganha política e as disputas partidárias parecem ter se tornado mais importantes do que os interesses do setor do turismo e de toda a cadeia produtiva envolvida. Essa abordagem contradiz a realidade do setor e prejudica o progresso que poderia ser alcançado.

Em um momento crucial em que o Brasil busca recuperar sua economia, criar empregos e atrair investimentos, é preocupante ver a política partidária sendo priorizada em detrimento das necessidades do setor do turismo. Ao colocar interesses questionáveis acima da promoção da atividade econômica, corremos o risco de limitar nosso potencial e desperdiçar valiosas oportunidades de crescimento econômico. A propósito, somente no Ministério do Turismo, nos últimos 20 anos, 17 ministros passaram pela pasta.

É essencial que as decisões sejam tomadas com base em critérios técnicos, profissionais e alinhados aos objetivos do setor. O Brasil precisa adotar uma abordagem consistente e comprometida com a construção de uma indústria do turismo sólida e competitiva, capaz de explorar plenamente suas riquezas naturais e culturais, assim como toda a infraestrutura preparada para receber visitantes de todo o mundo.

Os desafios e as oportunidades no setor são enormes, e é crucial que os líderes políticos estejam cientes disso. O país merece uma gestão comprometida com o desenvolvimento do turismo, que coloque os interesses nacionais acima dos interesses partidários, promovendo uma visão de longo prazo e contribuindo para o crescimento sustentável do setor.

Somente assim poderemos aproveitar plenamente o potencial do Brasil como um destino destacado no cenário internacional.

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