Nesta quinta-feira (27), o presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciaram o edital de construção do túnel Santos-Guarujá, no litoral paulista.
Depois de quase 100 anos, a licitação e a fiscalização da primeira travessia submersa de grande extensão do Brasil e o maior da América Latina, ficarão a cargo do estado, enquanto os custos de mais de R$ 5 bilhões, serão divididos igualmente com o governo federal. A concessionária ainda deve aportar R$ 830 mil na obra e arcar com a manutenção.
A previsão é que o leilão aconteça dia 1º agosto na B3, na capital paulista.
TRAVESSIA SUBMERSA
Há outros túneis que passam sob rios, mas este será o primeiro que ficará imerso na água, apoiado sobre o chão do mar. O trajeto que atualmente é feito por balsa, será substituído por um túnel, que ligará os bairros de Macuco, em Santos, a Vicente de Carvalho, no Guarujá, por 1,5 km de extensão, com 870 metros submersos, com possibilidade de faixa exclusiva para VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e acesso dedicado para pedestres e ciclistas sem cobrança. Já para carros e motos é estimado um pedágio de R$ 6,15 para carros e motos.
Rodovia X Balsa
Quem precisa se deslocar entre as duas cidades demora cerca de uma hora, fora do horário de pico, para percorrer 45 quilômetros pela BR-101 ou 19 quilômetros pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni (ainda com necessidade de pegar uma balsa neste caso).
Já o fluxo nas balsas é de 14 mil veículos por dia, em média, e picos de até 30 mil. O governo estima que o túnel reduzirá esse gasto para cerca de dois minutos.
Além dos congestionamentos, a fila de espera das balsas e as condições climáticas influenciam no tempo gasto pelos motoristas, pedestres e ciclistas.
Impacto
A obra vai demandar a desapropriação de 776 famílias das duas cidades, a maioria do Guarujá. Neste caso, prefeitura e governo estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), devem fazer obras de reurbanização para realojar essas pessoas.