Criar na crise

O turismo, a exemplo de outros setores da economia passa por enormes desafios, mas o principal deles diz respeito a incerteza do consumidor. Estamos a menos de três meses das férias de inverno e não há quem possa afirmar quanto será a cotação do dólar dentro de duas semanas, nem como estará a economia do país diante desta turbulência política. Mas a indústria não pode parar. Nós, empresários do setor privado, já não podemos há muito contar com as políticas de fomento do Governo. Num ano em que o país sedia os Jogos Olímpicos tanto a Embratur como o Ministério do Turismo têm no comando gestores interinos. E não há perspectivas de que o comando do Ministério seja entregue a quem entende do assunto. A exemplo de outros ministérios, virou moeda de troca.

Diante deste quadro de recessão e queda no poder aquisitivo cabe ao setor privado buscar usar da criatividade e da competência para investir em soluções e ações que possam atrair o consumidor. É cada vez maior a busca de parcerias, seja na aviação, na hotelaria ou mesmo entre operadoras. Mas é preciso ir além. Uma das soluções viáveis seria a criação de um banco de dados com ofertas nacionais e internacionais, onde as operadoras integrantes pudessem disponibilizar vagas em seus pacotes. Isso permitiria uma melhor distribuição na oferta de produtos e serviços, e até mesmo uma redução no preço dos pacotes para o cliente final.

Recentemente as principais entidades de classe, como Abav, Braztoa, Abremar e outras se uniram na defesa da redução da alíquota do imposto de renda para prestação de serviços nas remessas ao exterior. O resultado disso foi a redução do imposto de 25% para 6%. Isso dá bem uma mostra de como a união de forças em torno de uma proposta pode favorecer a todos. No momento em que a receita de boa parte das empresas que integram a cadeia turística vem registrando quedas significativas, é mais do que hora de se buscar criar na crise.

Esse tema já foi colocado em pauta mas é necessário ousar, acreditar que juntos podemos mais. Nesse contexto a Transmundi tem procurado ser criativa, atenta as oportunidades de mercado ao oferecer roteiros turísticos integrados com programação cultural, tem negociado com fornecedores preços melhores para permitir com isso, a redução no preço final do consumidor. São iniciativas que permitem nos manter no rumo da competitividade.

Cabe pois ao setor privado buscar seus caminhos. Ao longo da história já passamos por muitas crises e sempre se soube superá-las dentro de um espírito de empreendedorismo. Uma vez mais somos chamados a superar a grave crise atual. Cabe pois ao setor privado entender que unidos poderemos ganhar maior representatividade, reduzir custos, ampliar o mercado e aumentar os ganhos.