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Política

Brasil pode perder liderança na América do Sul na recepção de turistas internacionais

Lummertz

De país líder na recepção de turistas internacionais na América do Sul, o Brasil pode cair para o terceiro lugar

O Brasil é hoje o principal destino para receber turistas internacionais na América do Sul. Mas esse cenário pode mudar. Argentina, Colômbia e Peru investiram muito em promoção e alcançaram resultados extraordinários em 2017. Enquanto a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) investiu menos de US$ 20 milhões na promoção internacional.

O país é um grande mercado interno de turismo, mas pode crescer muito mais. Mas enquanto não houver mudanças, vai ficar atrás dos vizinhos. Portanto, de uma posição de país líder em turismo na América do Sul, o Brasil pode passar a um terceiro lugar no ranking, ainda este ano.

O presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, fez nesta sexta-feira (23) um apelo a deputados e senadores no sentido de se empenharem pela aprovação da transformação do Instituto, bem como pela nova Lei Geral do Turismo e pela abertura de capital das empresas de transporte aéreo.

Lummertz acredita que a transformação do modelo atual de gestão (uma autarquia) para um serviço social autônomo (uma agência, nos moldes da Apex e do Sebrae) é a saída para que a Embratur retome capacidade de investimentos para enfrentar essa forte concorrência dos países vizinhos.

Além da diretoria da Embratur, do ministro do Turismo Marx Beltrão, o governo em geral está apostando na aprovação do projeto de lei (PL 2724/2015), que propõe esta mudança e que já está na Câmara dos Deputados, pronto para ser votado.

Nesta semana um grupo de lideranças do Conselho Nacional de Turismo, acompanhadas de parlamentares comprometidos com o crescimento do setor, Lummertz e o ministro Beltrão estiveram com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que encaminhou o projeto ao plenário, para votação do regime de urgência e posterior votação do mérito. O presidente da Embratur considera que o momento é crucial para essa mudança da Embratur.

“Propomos uma reorganização do turismo e do Brasil. A mudança que podemos promover – que acarreta em geração de emprego, renda e aumento da produtividade do setor – está em nossas mãos. Queremos trabalhar as propostas econômicas como políticas e consolidar o turismo na agenda política, transição que já está em andamento com o apoio do Legislativo”, destacou Lummertz.

ARGENTINA – A Argentina investiu anualmente cerca de US$ 80 milhões e recebeu o número recorde de 2,6 milhões de turistas internacionais apenas nos aeroportos, um crescimento de quase 8%, comparado ao ano anterior. A estimativa total é de mais de 6,6 milhões de visitantes na Argentina.

PERU – O Peru no ano passado investiu US$ 95 milhões e é outro forte concorrente do Brasil, está chegando na casa dos 4 milhões de turistas estrangeiros, com crescimento de 30% em menos de uma década.

COLÔMBIA – O governo da Colômbia, depois de investir US$ 100 milhões, anunciou que o país ultrapassou os 6,5 milhões de visitantes internacionais recebidos em 2017. É o mesmo patamar do Brasil em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os dados oficiais das chegadas de 2017 ainda não foram disponibilizados pelo Ministério do Turismo.

CONCLUSÃO

“Todos esses países apresentam fluxos turísticos internacionais sólidos e crescentes. Nós estamos patinando na faixa dos 6,6 milhões de turistas internacionais anuais há um bom tempo”, destacou o presidente do Instituto.

“O que todos estes destinos têm em comum? Investimentos pesados na divulgação do turismo. Só com a mudança do modelo de gestão da Embratur será possível aumentarmos o investimento no setor. Essa é uma forma de descolar do enxuto orçamento repassado pela União, e assim buscar a retomada da liderança”, afirmou Lummertz.

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