
Doreni Caramori, presidente da Abrape, afirma que o cancelamento precipitado dos eventos é incoerente e injusto.
Com o avanço da Ômicron no Brasil e aumento do número de casos de Covid-19 após festividades de fim de ano, diversos destinos e autoridades optaram por cancelar e/ou adiar importantes eventos que aconteceriam nos próximos meses no País, incluindo o Carnaval. A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) considerou as decisões prematuras e condenou cancelamento em massa dos eventos.
Para Doreni Caramori, presidente da Abrape, os protocolos sanitários desenvolvidos e adotados pelos grandes eventos são seguros e garantem a viabilização da realização dos mesmo. Além disso, o presidente da associação defende que as decisões não sejam tomadas prematuramente e que se observe o comportamento da variante em outros países.
“Nosso entendimento é bastante claro no sentido que, hoje, decisões de cancelamento são precipitadas, simplistas e incoerentes, visto que não acompanham o que está acontecendo em outros países que entraram na Ômicron antes que nós. E por ser simplistas, são decisões injustas. As aglomerações seguem acontecendo nas praias lotadas, transportes públicos lotados, manifestações políticas, mas apenas o setor de eventos é penalizado, mesmo seguindo protocolos e não impactando no aumento dos casos ao redor do País”, defendeu o presidente.
“Nosso entendimento é bastante claro no sentido que, hoje, decisões de cancelamento são precipitadas, simplistas e incoerentes, visto que não acompanham o que está acontecendo em outros países que entraram na Ômicron antes que nós”
Em nota divulgada no dia 6 de janeiro, Doreni ainda ressaltou que “no último trimestre, o retorno dos eventos mostrou que é possível realizar atividades de cultura e entretenimento sem impactar nos índices epidemiológicos. Um aumento pontual nos casos, e que não vem implicando em casos mais graves, não pode influenciar decisões prematuras no momento. É importante que sejam acompanhados os desdobramentos nas próximas semanas antes de se formalizar cancelamentos precipitadamente”.
Apesar dos cancelamentos e do começo de ano conturbado, Doreni acredita que 2022 continuará promovendo a retomada que o setor precisa, mas será necessário atravessar alguns obstáculos, principalmente as questões econômicas e burocráticas.
“Vemos este ano com bons olhos, mas há um olhar de apreensão com a questão econômica do setor. Ao pensar na retomada, vemos um setor completamente desestruturado, onde a grande maioria ainda está endividada, sem equipe, temos uma inflação de custos que é resultado da paralisação…tudo isso gera um ambiente de falta de competitividade do setor e esse cenário é desafiador pra quem quer voltar a empreender no mercado de eventos”, afirmou Doreni.
“Temos realizado uma série de trabalhos para aumentar a competitividade, de desburocratização e diminuição de tarifas como o IRRF, tudo isso faz parte de um plano pra criar um ambiente menos hostil e mais competitivo”, completou Caramori.