Festival de Dança de Joinville movimenta R$ 60 milhões

Secretário de Turismo e Cultura de Joinville

Principal evento de Joinville (SC), o Festival de Dança da cidade, realizado há 35 anos, reúne mais de 200 mil visitantes, sendo cerca de 7 mil apenas para os cursos de dança, durante os 10 dias em que acontece. Reconhecido pelo Guinness Book como o festival de dança com o maior número de participantes do mundo, o evento é responsável por manter a cidade cheia e agitada. Segundo o secretário de Cultura e Turismo do município, Raulino Esbiteskoski, durante o período do Festival, a ocupação dos hotéis fica em torno de 97%. “Esse é nosso principal evento do ano, o festival fomenta o Turismo, movimentando cerca de R$ 60 milhões em quase duas semanas”, enfatiza. Este ano o evento acontece entre os dias 19 e 29 de julho.

Questionado sobre a sinergia entre os segmentos de Turismo e Cultura, o secretário é categórico: “Não tem como andarem separados. Agora que as equipes foram unidas conseguimos realizar um trabalho muito mais integrado”, explica. Ely Diniz, presidente do Instituto Festival de Dança Joinville, responsável pela organização e curadoria do evento, concorda e afirma que as secretarias devem atuar em parceria. “Este é um festival com foco na dança, mas ajuda a fomentar o turismo. Cultura e Turismo não podem ser pensados separadamente. Um alimenta o outro”, destaca.

Ely Diniz , presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville

Diniz ainda afirma que o festival é a alta estação de Joinville. “São raras as cidades com o potencial artístico e cultural como de Joinville. Somos a capital nacional da dança. E isso precisa ser melhor explorado. Inicialmente é necessário que a cidade tenha um Teatro adequado às necessidades da cidade, e uma companhia de ballet, fator esse que está sendo desenvolvido pela escola de dança do Bolshoi, sediada aqui em Joinville e única fora da Rússia”, explana.

Ele comenta que a cidade é um ponto fora da curva, principalmente quando falamos de dança e cultura dentro de um contexto como o Brasil. “Não tem muito reconhecimento no Brasil para bailarinos. A principal companhia de ballet do país, o Theatro Municipal, está abandonada. Os profissionais não recebem há meses. Aqui no Festival recebemos pessoas do mundo inteiro, esgotamos a venda de ingressos. As pessoas compram a abertura e o encerramento sem nem mesmo saber o que vão assistir”, comenta o diretor, que afirma que a cada espetáculo, mais de 4 mil pessoas prestigiam os competidores e as apresentações, um público sem igual.

APP incentiva turismo entre bailarinos

A fim incentivar os visitantes do evento a conhecer um pouco mais da cidade, a secretaria de Turismo em parceria com o Festival lançou um aplicativo com sugestões de 28 roteiros e pontos de interesse. Junto ao app, os visitantes precisam adquirir o passaporte Cultural. Nos locais, é necessário fazem uma foto e apresentar no ponto turístico visitado, onde os “passaportes” são carimbados. Aqueles que conhecem o local e interagem com o app recebem um brinde na Feira da Sapatilha, espaço com 131 expositores de artigos de dança que acontece paralelamente ao festival.