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Blogs / Redação ME

Sul da França: um roteiro de charme e diversidade cultural

Montpellier

Place de la Comédie, no Centro Histórico da cidade de Montpellier, capital da região de Languedoc-Roussillon

Um cantinho de charme no sul da França e próximo das águas límpidas do Mar Mediterrâneo, exalando, acima de tudo, cultura e história. Essa pode ser uma visão resumida de Montpellier, cidade com mais de mil anos de existência e capital da então região de Languedoc-Roussillon – agora unida à região Midi-Pyrénées, onde a principal cidade é Tolouse. A cidade medieval é a oitava maior da França, com uma população superior a 265 mil habitantes, recebe anualmente cerca de 5,1 milhões de visitantes. O lugar mantém intactos os traços da arquitetura daquela época em seu Centro Histórico e nas pequenas ruas que misturam restaurantes, cafés e até lojas de grife nas construções enfileiradas, muitas delas ainda de pedra.

Desbravar esses caminhos medievais é a certeza de encontrar alguns segredos, como pequenos hotéis que mantém as construções originais, igrejas e até uma farmácia, a Pharmacie de la Miséricorde, espaço dos séculos XVIII e XIX onde os remédios eram feitos, armazenados e vendidos. Por essas ruas, que ficam no entorno da Place de la Comédie, ainda estão muitos restaurantes e cafés onde há uma seleção de vinhos locais que acompanham a culinária da região, além das famosas boulangeries, as padarias onde os franceses compram uma grande variedade de pães e doces.

O principal ponto de encontro da cidade é a praça da Comédia, onde fica o Centro de Turismo de Montpellier com todas as informações para os turistas, a Opéra Comédie, cinema e até um carrossel, além de vários bares e restaurantes. Próximo à praça está a área do Antigone, com prédios em arquitetura clássica e um dos principais centros comerciais da cidade, o Polygone. Outro centro de entretenimento da cidade é o Odysseum, com shopping, o aquário Mare Nostrum e o planetário.

A cidade é também palco de um dos maiores museus da Europa, o Museu Fabré, onde é preciso reservar algumas horas do passeio para poder apreciar por completo as pinturas, esculturas e outras obras de arte que compõem o acervo do lugar. Além de diversos outros museus, a cidade abriga também a Faculdade de Medicina mais antiga da Europa ainda em funcionamento, datada do ano de 1.220. Por esse motivo, o destino é conhecido também por ser uma cidade universitária.

Tours reservam gratas surpresas
Os tradicionais tours pela cidade incluem o caminho de Santiago de Compostela – não estranhe ao se deparar com marcas de conchas pelo chão do Centro Histórico -, o aqueduto e o Mikveh, ritual de banho judaico da época medieval, do século XII, cujo prédio só pode ser visto como parte do passeio guiado que é organizado pelo Centro de Turismo. A cidade ainda é o segundo destino francês em importância para intercâmbio de aprendizado do Francês e é também o sexto maior destino para conferências na França, com espaços para eventos de negócios como o Le Corum, Parc des Expositions, Park & Suites Arena, entre outros.

Para circular pelo centro a recomendação é caminhar, usar uma bicicleta ou o transporte público comum na cidade, o Tram. São quatro linhas desse trenzinho e em cada parada um mapa ajuda a localização. Além disso, uma tela em cada uma das estações mostra quanto tempo falta para a próxima linha chegar no ponto. A cidade possui um aeroporto e a distância de Paris por avião é de pouco mais de uma hora. Há voos nacionais e diretos com outros países europeus, por exemplo. Quem optar pelo trem, a distância da capital francesa é de pouco mais de três horas.

Manguelone – Distante cerca de 10km de Montpellier, por uma estradinha que fica entre o oceano e uma lagoa repleta de flamingos, chega-se a Manguelone, espaço que reúne a catedral de St. Pierre de Manguelone, uma vinícola e restaurante. A catedral, toda de pedra, mesmo com restaurações mantém preservadas as marcas do passado nas paredes.

Canal du Midi – Outro patrimônio da Unesco na região de Languedoc, inscrito desde 1996, o Canal du Midi liga o Mar Mediterrâneo ao Atlântico em 360km. Passear de barco e apreciar a bela paisagem ao redor, que inclui ainda alguns pontos com obras de arte, é um dos tours obrigatórios de quem visitar o lugar. Para quem não gosta de barco, um restaurante a beira do canal é outra opção para uma tarde agradável no sul da França.

A cidade de Nímes possui forte apelo culural na região

A cidade de Nímes possui forte apelo cultural. Na foto, a Maison Carrée com o Museu de Arte Contemporânea ao fundo

Nímes: a “Roma francesa” fica no Sul do país
Nímes é uma cidade com forte apelo cultural, podendo até mesmo ser chamada de “Roma da França”. E não é exagero usar essa denominação, já que o lugar possui até mesmo seu próprio “Coliseu”. A região é marcada pela arte contemporânea, porém não perde ainda traços históricos romanos em sua arquitetura.

A ida à cidade deve incluir uma visita ao Museu de Arte Contemporânea. Em frente está Maison Carrée, cuja arquitetura relembra construções dos templos romanos. Já a arena, usada para combates de gladiadores, hoje recebe touradas, congressos, shows e eventos esportivos. O espaço, entretanto, fica aberto a visitação, independente da realização de eventos ou não.

Para quem aprecia a natureza, o espaço público Jardins de La Fontaine é repleto de estátuas e lagos. O local abriga também o Templo de Diana, uma espécie de santuário da época imperial, porém repleto de mistérios quanto ao seu nome e origem. O passeio por Nímes, assim como pela maioria das outras cidades na região, só é completo após uma ida ao mercado local. O espaço coberto é cheio de barracas e estandes de produtores da região, onde é possível encontrar legumes, verduras e frutas frescas, os mais variados tipos de pescados, queijos e vinhos da região e até os famosos macarons.

Conheça outros atrativos da região de Languedoc-Roussillon:

Pont du Gard – Nos arredores de Nímes está o aqueduto, que foi construído ainda durante o império romano e comemorou, em 2015, 30 anos como patrimônio da Unesco. A construção, que possui 50m de altura com extensão de 360m, e o espaço onde está localizada tem uma extensa área verde para trilhas, ciclismo ou até mesmo um piquenique ou mergulho. O monumento é composto por três pontes sobrepostas com 6, 11 e 35 arcos, e com as visitas guiadas é possível chegar ao último nível e apreciar a vista da bela paisagem. Na entrada do sítio da Pont du Gard, com guias em mais de um idioma e local acessível para deficientes físicos, é importante conhecer o museu que conta toda a história do lugar. Além disso, há outros espaços culturais, lojinhas e até um restaurante que permitem estender a estada dos visitantes. Alguns eventos ao ar livre acontecem também no espaço, como o trabalho de iluminação do monumento durante o Verão, entre os meses de junho e agosto.

Narbonne

Narbonne possui arquitetura histórica e um canal que corta a cidade, onde é possível fazer passeios de barco

Narbonne
Com um canal navegável cortando a cidade, o Canal de La Robine, a cidade de Narbonne fica a poucas horas de Montpellier. Um passeio de barco permite apreciar a arquitetura, enquanto uma visita à catedral e ao museu são indispensáveis para quem deseja conhecer mais sobre a história do lugar. Caminhar pelo centro da cidade é uma descoberta de tesouros de séculos atrás, como a Catedral de Saint Just e Saint Pasteur, Via Dominitia, ponte dos comerciantes (Merchants Bridge), além de outras construções religiosas, museus e monumentos. Antes de encerrar o passeio é preciso uma ida ao mercado, onde produtores locais vendem de pescados a vinhos e queijos, mel, flores, entre outros artigos.

Carcassone

Carcassone é uma cidade dividida em duas partes: a cidade medieval atrás da muralha e, além dela, a “cidade nova”, construída em no ano de 1.270

Carcassonne
Chegar em Carcassonne é ter a sensação de estar em um estúdio cinematográfico ao ar livre. E a cidade efetivamente já serviu de pano de fundo para algumas histórias como Robin Hood, Coração Valente, Os Visitantes, entre outros. Porém, mais do que isso, os turistas realmente entram em um “mundo” construído há muitos séculos. O início de Carcassonne foi como uma aldeia celta, que virou cidade romana até tornar-se uma cidade medieval. E mesmo nos dias de hoje ainda mantém essa denominação.A cidade medieval é envolta por duas muralhas, a mais interna construída no século IV pelos romanos e a segunda construída pelos franceses anos depois. São 3km de extensão e 1.600m na muralha externa e 1.400m na muralha interna, além de 52 torres. Os números ajudam a classificar a imensidão com que os visitantes se deparam ao chegar na entrada da citadela, inscrita como patrimônio da Unesco em 1997. A cidade, entretanto, não se resumo ao que está atrás da muralha. Há vida fora dos muros na “cidade nova”, datada dos anos 1.270.

Dentro da muralha há diversas opções de hospedagem, assim como no entorno da
citadela, além de restaurantes e lojinhas para quem quiser se aprofundar na história do lugar. A alta temporada acontece de maio a outubro e é durante o Verão que acontecem também torneios de cavaleiros entre as muralhas. A cidade fica no caminho também de Tolouse e Bourdeaux, de onde vêm muitos brasileiros.

Um dia inteiro pode ser pouco para conhecer os detalhes da cidade fortificada e o que reserva a “cidade nova”. Na citadela, há guias que falam diversos idiomas, inclusive o Português. Perder-se pelos caminhos de pedra, visitar a Basília de São Nazário e São Celso e observar a vista do alto da muralha, que ganha uma iluminação especial à noite, são apenas alguns dos atrativos a serem desvendados no local.

Esportes, religião e vinícolas
A região possui muito mais do que cidades medievais e patrimônios preservados pela Unesco. Adeptos de turismo de aventura e natureza encontram muitas opções na região, como o Parque dos Lobos, grutas e prática de esportes como canoagem e ciclismo que enriquecem a experiência de conhecimento dos lugares. A região da França também é forte para o turismo enogastronômico, com vinícolas abertas a visitação em muitas das cidades, além de roteiros religiosos, que incluem monumentos e igrejas de várias cidades, com destaque para uma em especial, Lourdes, totalmente dedicada a este tipo de turismo.

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