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Blogs / Hotelaria e Alimentação

Turismo como estratégia para a recuperação econômica do país

Setor estratégico em diversos países do mundo, o turismo no Brasil não tem conseguido exercer seu protagonismo na economia, apesar de todo o potencial que o setor oferece. Em tempos de recuperação econômica, aproveitar esse potencial mais do que estratégico, é essencial.

No contexto global, enquanto a economia cresceu 2,3% em 2016, de acordo com o Banco Mundial, o turismo avançou 3,9%, registrando o sétimo ano seguido de crescimento, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), organismo ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

A estimativa de crescimento para a economia mundial para 2017 é de 2,7%, ainda de acordo com o Banco Mundial. Enquanto isso, em seu Relatório Mundial do Turismo, a OMT já registrou 6% de avanço no setor nos primeiros seis meses de 2017, os melhores resultados obtidos nos últimos sete anos.

As estatísticas nacionais são mais eloquentes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil fechou 2016 com uma queda na economia de 3,6% em relação a 2015, ano em que já havia recuado 3,8%. Organismos internacionais, como o Banco Mundial e FMI, preveem uma melhora nesses números em 2017 com um crescimento de 0,7%, interrompendo o ciclo de queda.

A estimativa do Ministério do Turismo (MTur) para 2017 quanto ao fluxo de estrangeiros no país, enquanto isso, é de crescimento em torno de 6%, mesma tendência registrada em outros países que sediaram Olimpíadas, no ano seguinte ao evento. Essa previsão de aumento se deve também ao retorno positivo dos turistas ouvidos pelo MTur em pesquisa realizada no período dos Jogos, quando mais de 87% dos estrangeiros declararam que pretendiam voltar ao Brasil.

Os dados falam por si só. Temos oportunidade de avançar muito nesse setor que hoje representa apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que possui um enorme potencial de geração de riquezas e empregos. No entanto, a atenção dispensada ao setor é desproporcional ao potencial que ele apresenta.

Em 2016, o Ministério do Turismo recebeu R$ 235,9 milhões, o terceiro pior orçamento da Esplanada. Com a liberação de alguns créditos e recursos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ano fechou com o valor empenhado de R$ 671,4 milhões. Sem recursos suficientes, o MTur tem usado a criatividade para movimentar a economia do turismo e preparou um pacote de medidas para reduzir a burocracia e aumentar a produtividade das empresas denominado Brasil + Turismo. O objetivo é aumentar o peso do setor na economia brasileira e incluir o turismo na agenda estratégica do País.

Além disso, há propostas em discussão no Congresso Nacional que podem mudar esse cenário. Um exemplo é a isenção de vistos para países estratégicos, que, de acordo com a OMT, pode gerar um aumento de até 25% no fluxo de turistas dos países beneficiados para o Brasil, o que significaria uma receita de até R$ 1,4 bilhão em dois anos. Outro projeto propõe mudanças na Embratur que visam possibilitar uma reorientação estratégica da autarquia e permitir que seu processo de gestão seja mais compatível com a complexidade das sua missão institucional, voltada à promoção internacional do turismo brasileiro.

A concessão de parques nacionais para exploração turística é outra medida cujos impactos podem ser bastante benéficos. Apesar de o Brasil ser considerado o melhor país do mundo em atrativos naturais pelo Fórum Econômico Mundial, os parques nacionais recebem 7,1 milhões de visitantes enquanto nos EUA recebem 307 milhões. Em dezembro foram apresentados os projetos de concessão de serviços turísticos nos parques de Brasília (DF), Chapada dos Veadeiros (GO) e Pau Brasil (BA).

A legalização dos cassinos é outra proposta em tramitação no Congresso Nacional que pode gerar bons resultados. E, por fim, tem a nova Lei Geral do Turismo, que visa criar um ambiente de negócios mais propício para o empreendedorismo. O trade se mobilizou e apresentou sugestões ao Conselho Nacional de Turismo, muitas das quais foram acatadas pelo governo.

A expectativa do setor de hospedagem e alimentação é de que essas medidas sejam implementadas e que o turismo ocupe, de fato, um lugar de destaque na agenda estratégica do país. Ganha o setor produtivo e toda a sociedade brasileira.

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