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Feiras e Eventos

Integração regional e altos custos dominam Seatrade

Chris Hayman, presidente do Seatrade e autoridades no painel de abertura

Chris Hayman, presidente do Seatrade e autoridades no painel de abertura


Começou hoje (10/9) e vai até amanhã, no Terminal de Cruceros Quinquela Martín, em Buenos Aires, capital da Argentina, a segunda edição do Seatrade South America (a primeira foi realizada no ano passado, em São Paulo, junto ao Cruise Day). Neste evento, além de uma feira de exposição, estão sendo realizadas palestras que estão abordando os diversos temas ligados ao setor de cruzeiros e amanhã acontecerá o Cruise Day da Argentina. O MERCADO & EVENTOS é media partner oficial do Seatrade e faz a cobertura com exclusividade para o Brasil.

Muitos temas dominaram a pauta dos discursos no painel de abertura do evento, no entanto dois temas chamaram a atenção: a necessidade de integração regional, com os mercados e governos da América do Sul trabalhando em conjunto e os altos preços, bem como as dificuldades legais impostas pelos países, como o principal gargalo que fez o mercado recuar na próxima temporada, depois de uma série de vários anos de crescimento.

Chris Hayman, presidente do Seatrade, recebeu nomes de peso da indústria de cruzeiros no painel de abertura, como Adam Goldstein, presidente e CEO da Royal Caribbean International; Pierfrancesco Vago, CEO da MSC Cruzeiros; Ricardo Amaral, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar) e diretor geral da Royal Caribbean International, Celebrity Cruises e Azamara Cruises no Brasil; Alfredo Serrano Chacon, gerente geral da Ibero Cruzeiros; Carlos Nunez, diretor geral da Costa Cruzeiros para Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru; além de Leonardo Boto Alvarez, diretor executivo Instituto Nacional de Promoción Turística (Inprotur), da Argentina; Gloria Hutt, subsecretária de Transportes do Ministério de Transportes e Telecomunicações do Chile; e Sergio Borrelli, interventor do Porto de Buenos Aires.

Chris Hayman destacou a importância do Seatrade como fórum de debates para discutir as questões do setor, bem como para avaliar seu crescimento e desenvolvimento e logo conclui que um tema teria maior importância nas falas dos palestrantes: a necessidade de integração regional pelo crescimento de todo o continente. “Uma coisa que não foi dita no evento de São Paulo, mas que ganhou ênfase aqui na Argentina é a necessidade de cooperação na região, com a concordância entre os países de que não devem competir entre si, mas em conjunto, contra outras regiões do planeta que recebem cruzeiros”, disse. Ricardo Amaral concordou e acrescentou que “Temos que pensar global e atuar localmente, buscando clientes em vários mercados e diversificando o produto”.

O executivo também elogiou muito o trabalho da Abremar, principalmente em função da realização de pesquisas e apontando dados reais do setor, o que recebeu a concordância de Adam Goldstein: “A América do Sul precisará no médio e longo prazos uma associação de toda a região”. Hayman e Pierfrancesco Vago aproveitaram para sugerir que a Abremar ganhe força e sofisticação, com maior estrutura para tornar-se a associação que represente toda a região e que, a partir daí, contribua para a criação de um marco regulatório para o setor na América do Sul. Hayman também jogou no ar a ideia de criar uma associação regional também para todos os portos da América do Sul, com o que Sergio Borrelli concordou. “Nenhum porto pode ser único e não trabalhar em conjunto com os demais”, disse.

Borrelli teve que ouvir críticas de Pierfrancesco Vago, CEO da MSC Cruzeiros, que classificou o Porto de Buenos Aires como o mais caro do mundo. “Uma operação de um navio aqui nos custa US$ 450 mil, o que torna praticamente inviável uma operação comercial”, disse. Ele citou, apenas para comparação o porto de Veneza, que têm grande complexidade, mas cujos custos estão na faixa de US$ 200 mil. Também foram feitas críticas à burocracia da Argentina para a realização das operações de cruzeiros marítimos.

O assunto custos de operação esteve presente em todos os discursos. Os executivos presentes concordam que a retração que o mercado está registrando deve-se ao grande custo que cada uma tem que arcar para realizar a operação. “Os países precisam trabalhar em conjunto. O que vemos hoje é um modelo em pequena escala do que poderia vir a ser um dia. Precisamos de ambientes com custos menores”.

E acrescentou: “Penso que na região hoje (América do Sul) estamos no início do jogo, como numa partida de futebol, em que se passaram apenas os cinco primeiros minutos. Mas como vai ficar daqui prá frente depende da integração regional. Não existe mercado autosuficiente. Significa dizer que as pessoas querem fazer cruzeiro, visitar vários países numa mesma região e várias cidades num mesmo país”, ponderou.

Mario Brizon, de Buenos Aires

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