Teve início nessa terça-feira (24) a Expovivências, primeira feira de turismo criativo do Brasil que reúne gestores, trade turístico e iniciativas de turismo criativo. O evento é realizado até a próxima quinta-feira (26), gratuito e 100% digital.
Na abertura, o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-PE), Marcelo Waked, destacou a importância de criar novas oportunidades a partir de iniciativas do turismo criativo. “São produtos que encantam e precisamos disso para revitalizar o turismo. É o que precisamos nesse momento”, declarou.
Em seguida, o presidente do Recife Convention & Visitors Bureau, Simão Teixeira, comentou que “são tempos de mudança e de reinvenção. Um evento como a Expovivência oportuniza a conexão dos empreendedores de turismo criativo com os agentes de viagem”.
Já a participação da rodada de negócios foi destacada na fala da diretora técnica do Sebrae/PE, Adriana Côrte Real. “O turismo criativo já é bastante procurado e mostra um novo jeito de aproveitar o território. O evento traz conhecimento nas capacitações e conecta destinos, produtos e compradores nas rodadas de negócios”, salientou a diretora.
A Expovivências foi criada para inovar e sair do turismo tradicional como ressaltou o presidente da Empetur, Antonio Neves Baptista. “Inovando e criando alternativas para todo o Estado. Além disso, esse turismo tem como objetivo mudar a vida das pessoas, principalmente comunidades carentes, onde as pessoas podem mudar a realidade social e melhorar a condição de vida.”
Por fim, a secretária executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Ana Paula Vilaça, destacou como é interessante fomentar o turismo de vivências, principalmente agora com a retomada da economia. “Trabalhando a sustentabilidade, fomento, crescimento, principalmente agora com a retomada das atividades econômicas”, concluiu, destacando ainda que o turismo criativo possibilita fazer grandes negócios e mostrar o potencial regional.
Palestra: O Fantástico Mundo do Turismo Criativo
Dando início ao ciclo de palestras, os cofundadores e conselheiros da Rede Nacional de Experiências e Turismo Criativo – a RECRIA, Karina Zapata, João Paulo e Larissa Almeida aprofundaram o debate sobre novos modelos de turismo pautados no desenvolvimento das pessoas, do ambiente e da cultura local. Larissa abordou como o turismo criativo foi estabelecido para valorizar as tradições locais e o seu processo de criação. “O anfitrião tem uma relação profunda de conexão com o local e isso faz com que o turista mergulhe na experiência.”
Com a retomada do turismo, essa proposta de um turismo mais afetivo, coletivo e de integração social será fortalecida. “Há a necessidade de encontro, de relacionamento, a gente passou muito tempo sozinho, distanciado, as atividades precisam envolver pessoas, precisam de emoção, afetividade e nessa imersão o agente do turismo criativo vai trabalhar essa relação, pois vai acolher e trocar conhecimento”, ponderou.
João Paulo deu continuidade à palestra aproveitando para mostrar toda a trajetória do RECRIA e como o grupo foi ferramenta para mudança social. Destacou o sucesso da chef Negralinda, que criou o Instituto Negralinda e possibilita experiências únicas com artesanato e gastronomia na comunidade pesqueira da Ilha de Deus.
E fechando com sucesso a palestra, Karina Zapata salientou como através dessa rede o Recife se tornou a única cidade do Brasil a integrar a rede internacional no CreativeTourism Network.
Expovivências destaca desafios e as oportunidades do turismo criativo
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-PE), Marcelo Waked, abriu sua palestra falando das dificuldades em inserir o turismo criativo no mercado tradicional das agências de viagens, uma vez que as mesmas não estão acostumadas a vender esse tipo de experiência.
“As agências se sentem mais à vontade de vender aquilo que já está no mercado, mas o turismo criativo não é uma réplica, é original. Isso é seu principal diferencial. Com a pandemia, houve a criação de uma oportunidade para esse setor, pois os maiores concorrentes internacionais estão fechados. Precisamos que o turismo interno seja divulgado e criar novos roteiros e produtos a partir das iniciativas de turismo criativo”