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Agências e Operadoras / Entrevistas

Magda Nassar reivindica mais vozes femininas no Turismo: “Temos que chegar lá”

Em entrevista exclusiva ao M&E, a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar compartilhou sua visão sobre a falta de representatividade feminina nos cargos de liderança do setor.

Em entrevista exclusiva ao M&E, a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar compartilhou sua visão sobre a falta de representatividade feminina nos cargos de liderança do setor.

Nesta terça-feira, dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Apesar de ser uma data marcada por muita luta, também é uma data de comemoração pelas vitórias conquistadas pelas mulheres em toda a história e de reflexão sobre os desafios e adversidades que ainda enfrentamos.

Pensando nisso, o M&E realizou uma série de entrevistas com algumas das principais figuras femininas do turismo brasileiro, com objetivo de trazer a tona questionamentos como o motivo de um setor, que é formado em sua maioria por mulheres, haver tão pouca representatividade em cargos de liderança. A troca é necessária. Entre as entrevistadas, está Magda Nassar, a atual presidente da Abav Nacional, uma das mais importantes entidades do setor.

Leia a entrevista completa na edição digital 433 do Mercado & Eventos

Para a executiva, se ainda estamos debatendo este tema, significa que o caminho a ser trilhado ainda é longo. “Nós não deveríamos mais estar discutindo este assunto. Não deveríamos mais ter isso como uma questão dentro dessa trajetória. O ponto é simples: pessoas que tem perfis de liderança, deveriam estar em cargos de liderança!”, afirmou Nassar.

“Não deveríamos mais estar discutindo este assunto. Não deveríamos mais ter isso como uma questão dentro dessa trajetória. O ponto é simples: pessoas que tem perfis de liderança, deveriam estar em cargos de liderança!”

Em um mundo ideal, o setor seria mais uniforme e o plano seriam as mulheres chegarem lá e não apenas serem inseridas, de acordo com Magda. “A gente chega onde temos que chegar e onde conseguimos com nosso potencial. Mas dentro da minha trajetória profissional, sempre vi um contingente maior feminino. E me incomoda que temos menos lideranças nos representando. Até mesmo em uma abertura de eventos ou uma discussão sobre temas que afligem o setor, nós temos menos vozes femininas. Nós temos que chegar lá, é mandatório”.

“Me incomoda que temos menos lideranças nos representando” – Magda Nassar, presidente da Abav Nacional.

Se fizermos uma viagem ao passado – não tão distante – podemos enxergar que houve sim uma mudança. Atualmente, há mais mulheres ocupando espaços que antes eram dominados por homens. Há sim mais mulheres exigindo que suas competências sejam valorizadas. Que suas vozes sejam ouvidas. E que suas habilidades sejam colocadas em prática. Não apenas no Turismo, mas também no Turismo. Porém, a conta ainda não fecha e a parcela é pequena, insuficiente.

“Vejo uma Abav mais feminina”

“Vejo ainda muitos homens e poucas mulheres nestes cargos. Mudou? Sim. Mas ainda não é igual, não é equilibrado. Eu espero que isso, daqui a algum tempo, não seja mais uma discussão”, sustentou a presidente da Abav. À frente da entidade e de sua operadora, Magda consegue perceber esta mudança na prática. “Vejo uma Abav mais feminina, assim como a operadora onde trabalho, que também possui uma representatividade grande de mulheres em diferentes funções”, explicou.

Último mandato na Abav e o seu legado

"Tem uns que vão da feira ao baile. Eu fui da feira à pandemia", diz Magda Nassar

Magda Nassar está no último mandato à frente da Abav Nacional

O trabalho realizado pela presidente na entidade está chegando ao fim. Mas isso não significa que o legado que Magda deixará será perdido ou até mesmo interrompido.

“Esse é o meu ultimo mandato da Abav. Tem um peso grande trabalhar pra sua comunidade – de desgaste, preocupação, horas e horas de trabalho, de ter que dar satisfações continuas e isso não é sempre bonito e divertido. Mas no futuro, pretendo dividir este conhecimento que eu acumulei e também continuar trabalhando pelo turismo no backstage. Temos muita mudança no mundo político e a continuidade é um fator importante. Espero que a entidade continue neste caminho”, explicou.

Apesar de se mostrar muito orgulhosa de toda a trajetória que trilhou e dos inúmeros cargos importantes que acumulou, Magda revela que sua maior conquista como mulher e o trabalho mais gratificante da sua vida também não tem pausas e demanda atenção todos dias, que é o trabalho de mãe.

“Ser mãe mudou toda minha vida”

“O que eu mais amo e sou verdadeiramente apaixonada, obviamente é o papel de mãe. Na minha vida pessoal,  nada supera. Sou muito feliz com isso, ser mãe mudou toda minha vida, e até sobre quem eu sou como pessoa e profissional. Foi a maternidade que me trouxe essa vontade de olhar pra minha comunidade e pras pessoas que me rodeiam e ajudá-las. É desse olhar que precisamos, de resolver esse mundo. E o meu mundo é o turismo”, compartilhou a executiva.

Por fim, Magda ressume que é preciso ter nestes espaços pessoas que queiram trabalhar, que queiram dividir conhecimentos, sem egos e com muita luta. E para termos mais mulheres trilhando este caminho ao topo, é necessário reconhecimento e pensamento na evolução.

“O resultado do que eu faço é mais importante do que a minha pessoa. Meu trabalho é mais importante do que eu! Isso é o que eu faço com minha equipe no dia a dia. Reconhecer os valores dos outros nos leva muito mais longe. Agradeço e fico feliz em saber que, dentro do que eu escolhi fazer na vida, as pessoas me conhece e valorizam. Acordo pensando “O que eu posso fazer para melhorar o meu trabalho?”. É isso que faz a minha tranquilidade ser perene. Precisamos de mais mulheres nesta jornada”, finalizou Nassar.

A entrevista completa pode ser conferida na página 3 da edição digital.

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