Brasil pode ser o maior produtor mundial do combustível sustentável da aviação, diz Abear

Jurema Monteiro, durante o 2º Fórum ITL (Instituto de Transporte e Logística) de Inovação do Transporte (Reprodução/CNT)

O Brasil pode sair na frente e ser o maior produtor de combustível sustentável da aviação (SAF) em todo o mundo. É o que disse a diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro, durante o 2º Fórum ITL (Instituto de Transporte e Logística) de Inovação do Transporte, que também contou com participação do ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

Segundo Jurema, o SAF representa 65% do conjunto de medidas para zerar emissões do setor aéreo até 2050, o que também já foi corroborado pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata). Outros 19% equivalem a medidas de compensação, como captura de carbono, seguidos por 13% de novas tecnologias. Por último, 3% são de infraestrutura e operações.

“É necessário que haja um diálogo com o governo para que possamos construir conjuntamente políticas públicas de SAF no país. Temos diversidade de rotas tecnológicas e disponibilidade de biomassa, condições que podem levar o país a ser pioneiro e o maior produtor de SAF em todo o mundo”, afirmou Jurema. “Temos defendido o alinhamento do mercado brasileiro de SAF com as regras internacionais. É preciso que haja uma regulamentação do mercado de crédito de carbono, com o alcance de metas pela captura de carbono, certificação, qualidade e, principalmente, segurança”, completou.

Na abertura do evento, o ministro Marcelo Sampaio destacou a importância da agenda de sustentabilidade nos transportes, especialmente na aviação. “Temos que trabalhar em algumas frentes. A primeira delas é otimizar as rotas das nossas aeronaves e temos hoje um esforço nesse sentido para reduzir as distâncias. Também temos a eficiência das próprias aeronaves: temos hoje no Brasil, e podemos nos orgulhar disso, uma das aeronaves mais sustentáveis e eficientes do mundo, da Embraer. Outra questão é a dos combustíveis, estamos estudando o SAF e o bioqav”, afirmou.