PARTE I
SÃO PAULO – A Aena Brasil iniciou 2024 com a responsabilidade de administrar 17 aeroportos em todo o Brasil. Além dos seis que assumiu no Nordeste desde 2019 (Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Campina Grande e Juazeiro do Norte), a concessionária passou a administrar outros 11 terminais no Norte, Sudeste e Centro-Oeste agora em 2023. O principal deles, claro, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17 de outubro, com a promessa de investir R$ 3 bilhões até 2028.
O terminal é o segundo mais movimentado do Brasil, a segunda ponte aérea mais movimentada em assentos na América Latina. E como já vimos aqui no M&E, Congonhas ganhará um novo terminal e uma área reversível para receber voos internacionais. Mas há muitas outras melhorias por vir. Neste ano de 2024, por exemplo, haverá a ampliação da sala de embarque; readequação das vias de acesso e dos locais de motoristas de aplicativo; reforma dos banheiros; e a revitalização da fachada.
Além dos terminais nordestinos citados acima e o de Congonhas, a Aena Brasil também passou a operar, entre os meses de outubro e novembro do ano passado, os aeroportos de Uberlândia (MG); Campo Grande (MS); Ponta Porã (MS); Corumbá (MS); Uberaba (MG); Montes Claros (MG); Marabá (PA); Carajás (PA); Santarém (PA); e Altamira (PA). Juntos, os 17 terminais respondem hoje por cerca de 40% da movimentação de passageiros em todo o Brasil.
Neste ano de 2024, por exemplo, haverá a ampliação da sala de embarque; readequação das vias de acesso e dos locais de motoristas de aplicativo; reforma dos banheiros; e a revitalização da fachada
Mas como foram os 100 primeiros dias de operação dos novos aeroportos? O que esperar dos voos internacionais em Congonhas? Quais são os próximos passos da Aena no Brasil? A concessionária teria apetite para assumir novos terminais pelo Brasil em caso de novos processos de privatização? Estas e mais perguntas foram feitas pelo M&E numa entrevista completa e super especial com o presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, que nos recebeu em seu escritório em Congonhas.
Os 100 primeiros dias da Aena em Congonhas
A Aena hoje é responsável pela gestão de 80 aeroportos em todo o mundo. Em 2023, entre embarques e desembarques, passaram por suas instalações mais de 400 milhões de passageiros. E agora no Brasil, são 17 aeroportos administrados. Desde o início de 2020, no Nordeste, com seis aeroportos em cinco estados, e desde o fim de de 2023, ao assumir a gestão de outros 11 aeroportos em quatro estados (como também já vimos acima). E Congonhas?
“Sabíamos deste grande desafio que é administrar Congonhas, o segundo aeroporto mais movimentado do Brasil, onde o tráfego doméstico tem um peso muito grande. É um terminal que faz conexão com toda a malha aérea brasileira, e este desafio está nas mãos de um grande operadora como a Aena Brasil. É um aeroporto que precisa de grandes atualizações infraestruturais que vão além das nossas obrigações contratuais, sobretudo no backstage, como os sistemas de ar-condicionado”, disse Santiago.
É um aeroporto que precisa de grandes atualizações infraestruturais que vão além das nossas obrigações contratuais, sobretudo no backstage, como os sistemas de ar-condicionado”
O presidente da Aena Brasil não escondeu sua felicidade de, a cada dia, estar crescendo sob a ótica da responsabilidade e da transparência na gestão e cumprimentos de todas as obrigações perante à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Temos que focar primeiro em iniciar a operação, estabilizar e depois entrar com as melhorias que, tenho certeza que, em 2024, algumas irão acontecer, bem como outros grandes projetos para o médio e longo prazo”, frisou Yus.
“Estes 100 dias são super positivos por diversos motivos, como o envolvimento de toda a comunidade aeroportuária, desde a colaboração com a prefeitura, com o governo do estado e com o governo federal para que a transição operacional fosse transparente para sociedade e sobretudo segura”
Segundo o executivo, a exigência vista em Congonhas é um desafio adicional, mas a experiência nestes primeiros 100 dias é “super positiva”. “Temos 131 pessoas de operacional aqui, de 27 mil currículos que recebemos. Estamos seguros que temos os melhores profissionais e à altura para tocar este aeroporto. Estes 100 dias são super positivos por diversos motivos, como o envolvimento de toda a comunidade aeroportuária, desde a colaboração com a prefeitura, com o governo do estado e com o governo federal para que a transição operacional fosse transparente para sociedade e sobretudo segura”, destacou ele.
Mais lojas, restaurantes e possíveis novas salas VIPs ainda em 2024
Como prometido pelo próprio Santiago em suas coletivas de imprensa, a ampliação da sala de embarque; a readequação das vias de acesso e dos locais de motoristas de aplicativo; a reforma dos banheiros; e a revitalização da fachada estão previstos para este ano. “O cronograma está sendo seguido e temos a intenção de entregar tudo até o fim do ano. Estamos finalizando alguns projetos de engenharia, além de outros pontos que já foram concluídos”, disse o presidente.
“Além de outros grandes projetos de revitalização mais visíveis, como a reforma do canal de inspeção e da área de retorno. Queremos também aumentar significativamente o terminal, como reintegrar áreas que estão em desuso para criar novos serviços de varejo, alimentação, mobilidade e salas VIPs com novos conceitos”
Uma das prioridades da Aena é concluir um grande projeto de climatização em Congonhas. É preciso renovar dutos e maquinários para trazer um maior conforto térmico aos passageiros. “Além de outros grandes projetos de revitalização mais visíveis, como a reforma do canal de inspeção e da área de retorno. Queremos também aumentar o terminal, reintegrando áreas que estão em desuso para criar novos serviços de varejo, alimentação, mobilidade e salas VIPs com novos conceitos”, diz.
Cronograma de melhorias em Congonhas
- Ampliação da sala de embarque (até o fim de 2024)
- Readequação das vias de acesso (até o fim de 2024)
- Readequação dos locais de motoristas de aplicativo (até o fim de 2024)
- Reforma dos banheiros (até o fim de 2024)
- Revitalização da fachada do aeroporto (até o fim de 2024)
- Implementação de novas tecnologias no check-in e no despacho de bagagens (até o fim de 2024)
- Revitalização dos pavimentos das pistas de táxi (até o fim de 2028)
- Ampliação do pátio de aeronaves, com novas posições de contato (até o fim de 2028)
- Construção de mais 20 novas pontes de embarque (até o fim de 2028)
- Construção de um novo terminal de passageiros (até o fim de 2028)
Na próxima semana você confere a PARTE II e a PARTE III desta entrevista.