
O Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) declarou nesta quarta-feira que acompanha com atenção e confiança o processo de reestruturação financeira da Azul Linhas Aéreas, iniciado oficialmente com o pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos. A pasta acredita que a medida será bem-sucedida e que a companhia sairá do processo ainda mais fortalecida.
A manifestação do governo federal ocorre no mesmo dia em que a Azul anunciou publicamente os acordos com credores, arrendadores e parceiros estratégicos, incluindo United e American Airlines, para viabilizar um modelo de reorganização financeira que prevê a eliminação de cerca de US$ 2 bilhões em dívidas e a injeção de até US$ 950 milhões em capital novo.
“O Ministério dos Portos e Aeroportos acompanha com confiança a reestruturação da empresa, acredita que a iniciativa será bem-sucedida e que, ao final desse processo, a companhia estará mais fortalecida, assim como ocorreu com outras aéreas brasileiras, como a LATAM e, mais recentemente, a GOL”, afirmou o MPor, em nota oficial.
A pasta também reafirmou seu compromisso com o fortalecimento estrutural da aviação civil no país. Segundo o ministério, o Governo Federal tem monitorado atentamente os movimentos das principais companhias do setor e oferecido suporte institucional com foco na sustentabilidade e competitividade das empresas.
“O MPor reafirma a importância do setor aéreo para o desenvolvimento econômico, social e turístico do país, mantendo o empenho em fortalecer políticas públicas que incentivem a sustentabilidade e a competitividade das empresas do setor”, concluiu a nota.
Reestruturações se tornam tendência no setor
O posicionamento do ministério ocorre num momento em que as principais companhias aéreas brasileiras enfrentam desafios estruturais pós-pandemia. Latam e Gol já passaram por processos similares, ambas com pedidos de Chapter 11 nos EUA, e conseguiram preservar suas operações, renegociar dívidas e retornar ao mercado com nova estrutura de capital.
A entrada da Azul, no entanto, chama atenção por sua estratégia diferenciada: a empresa já firmou acordos com a maioria dos credores antes de recorrer ao tribunal, garantindo um financiamento estruturado para atravessar e sair do processo com liquidez reforçada.