Justiça dos Estados Unidos freia fusão de JetBlue e Spirit Airlines

A aquisição planejada de US$ 3,8 bilhões pela JetBlue da Spirit foi anunciada em julho passado (Divulgação)

A fusão entre a JetBlue e a Spirit Airlines pode estar perto de não acontecer. A aquisição planejada de US$ 3,8 bilhões anunciada em julho passado foi devidamente interrompida pela justiça dos Estados Unidos. A decisão do juiz distrital William G. Young concluiu que a proposta de aquisição violaria a Seção 7 da Lei Clayton, considerada uma vitória parcial do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) em seu processo antitruste, que solicitou que ambas fosse permanetemente impedidas de se fundir, o que acabou sendo negado.

“Uma liminar tão ampla impediria não apenas a proposta de fusão da JetBlue e da Spirit como está atualmente, mas também qualquer futura fusão das duas empresas”, escreve o juiz Young em sua decisão. Portanto, a decisão “se aplica estritamente à proposta de fusão da JetBlue e da Spirit, tal como está atualmente”, complementou.

Ao bloquear o acordo, o juiz Young disse que a fusão “diminuiria substancialmente a concorrência”, numa altura em que outras companhias aéreas – lutando com restrições pós-pandemia que limitam o crescimento – não conseguiam substituir suficientemente a presença da Spirit. Ambas estão agora revisando a decisão e avaliando os próximos passos como parte do processo legal.

“Se fosse permitido à JetBlue se fundir com a Spirit – pelo menos conforme proposto – isso eliminaria um dos poucos principais concorrentes do setor aéreo que oferece inovação única e disciplina de preços”, afirma a decisão de 113 páginas. “Isso consolidaria ainda mais um oligopólio. Pior ainda, a fusão provavelmente incentivaria ainda mais a JetBlue a abandonar suas raízes de ser uma transportadora independente e de baixo custo”, complementou a justiça.