Um estudo divulgado pelo Country Director da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) no Brasil, Dany Oliveira, revelou que desde maio deste ano, os preços do barril de petróleo e do querosene de aviação (QAV) têm apresentado tendência de alta e, combinado com a volatilidade adicional dos preços a partir de março de 2022, acabam reforçando os desafios que as empresas aéreas precisam enfrentar no caso dos insumo para suas operações.
Dany destaca que o preço global do petróleo teve um salto acentuado após a invasão russa na Ucrânia e o preço do QAV acabou subindo de forma muito mais rápida, ampliando-se assim o crack spread (diferença entre o preço do petróleo bruto e o QAV). Neste caso, o spread, que reflete a “margem de refino”, ficou acima de US$ 60 por barril em algumas ocasiões em 2022 e no início de 2023, excedendo, em muito, a média histórica de menos de US$ 20 por barril.
“Vários fatores contribuíram para esse spread mais elevado incluindo uma forte demanda por diesel além da falta de investimentos em novas refinarias. Embora os preços do petróleo Brent e do QAV, em maio de 2023, tenham ficado próximos dos níveis pré-guerra entre Rússia e Ucrânia, o alívio para as empresas aéreas foi efêmero. Os preços retomaram sua tendência de alta, impulsionados em grande parte pelos cortes de produção de cerca de 25% das nações OPEC+”, disse ele.
“Em um ambiente altamente incerto, essas tendências de preço e volatilidade significam que os custos com QAV continuarão a apresentar grandes desafios para as empresas aéreas em todo planeta”
Recentemente, os preços do petróleo despencaram após a U.S. Energy Information Administration relatar um grande aumento nos estoques de gasolina, o que nada mais é do que um indicador de demanda. O Country Director relatou que dados econômicos fracos nos Estados Unidos para setembro e a tendência de aumento dos juros provocaram temores de uma desaceleração econômica que, naturalmente, afeta a demanda por petróleo.
“A volatilidade dos preços pode ser influenciada por uma série de fatores, incluindo desempenho econômico, mudanças inesperadas nos estoques de petróleo ou produtos, sentimento do mercado e desenvolvimentos geopolíticos – um bom exemplo disso foram os atentados terroristas em Israel, em 7 de outubro, que adicionaram cerca de 3% ao preço do petróleo. Em um ambiente altamente incerto, essas tendências de preço e volatilidade significam que os custos com QAV continuarão a apresentar grandes desafios para as empresas aéreas em todo planeta”, finalizou Dany Oliveira.