Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Aviação

Para Abear, proposta de revisão da Anac é muito tímida; entenda

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

Nesta segunda-feira (11/04), a Abear divulgou seu posicionamento em relação ao andamento da revisão das condições gerais do transporte aéreo proposta pela Anac. Para a associação, a agência reguladora é muito “tímida” na sua proposta e deixa de contemplar algumas das demandas mais relevantes do setor.

“A Anac propõe uma transição para o novo modelo em três anos e responsabiliza as companhias por cancelamentos em casos de mau tempo, por exemplo. É injusto que as companhias tenham que arcar com problemas climáticos, até porque isso acaba encarecendo a passagem para o cliente que não tem relação com o imprevisto”, explicou Eduardo Sanovicz, presidente da Abear. “Nós queremos uma transição imediata para o padrão internacional, temos que encarar este debate e abandonar de vez o modelo regulatório dos anos 90”, completou.

A Abear ainda defendeu que a regulamentação do transporte aéreo deve ser feita apenas em questões essenciais, deixando outros serviços sob a regulamentação do próprio mercado para atender as relações específicas com cada segmento de clientes. Para sustentar o posicionamento, Sanovicz apontou que os 65% dos passageiros que viajam de corporativo atualmente acabam pagando pelos custos de bagagem das viagens de lazer.

“No Brasil, o preço da passagem inclui bagagem, tarifa de conexão, taxa de desistência, entre outras coisas. Isso faz parecer que há menos itens para o cliente pagar, mas alguém precisa arcar com esse custo. Nossa defesa da autorregulação para alguns serviços não se baseia em opinião, mas sim na experiência bem-sucedida de cidades como Paris e Lisboa”, detalhou o presidente.

Ainda de acordo com a associação, o pior desfecho que o processo de revisão pode ter é “deixar as coisas como estão”. Quando questionado sobre a garantia de que o custo das passagens baixaria mesmo com o cenário político e econômico do Brasil, Sanovicz foi categórico: “A crise é conjuntural e este processo de revisão é estrutural. Se der certo, as mudanças ficam previstas para outubro ou novembro deste ano e no primeiro momento não haverá repasse integral para o consumidor. Claro que leva certo tempo para que as mudanças sejam plenamente sentidas”, finalizou.

Próximos passos – A fase de audiências públicas para a proposta de revisão da Anac foi prorrogada por 22 dias e termina no dia 2 de maio. Após esta data, a agência terá um prazo para analisar as sugestões internamente e depois liberar a resolução final.

Receba nossas newsletters