Apesar da crise, a expectativa de reação da economia e o aumento da demanda doméstica tiveram impacto positivo no faturamento médio das empresas de turismo no primeiro trimestre deste ano. Segundo o Boletim de Desempenho Econômico do Turismo (BDET), estudo do Ministério do Turismo, o crescimento foi de 4,3%, de janeiro a março, na comparação com o mesmo período de 2016.
O incremento no faturamento médio foi registrado em cinco dos sete segmentos pesquisados. Variam de 21,3%, caso das operadoras de turismo, a 3,4% em parques e atrações turísticas. Entre as organizadoras de eventos, o crescimento foi 6,9%, enquanto nas agências de viagens houve alta de 5,7%, e no transporte aéreo de 5,4%. Os meios de hospedagem registraram queda de 0,4%, enquanto no turismo receptivo a baixa foi de 6,4%.
As perspectivas para o próximo trimestre são favoráveis, uma vez que 70% do setor manifestou a intenção de investir o montante de 10,3% do faturamento apurado. No transporte aéreo, a expectativa de novos aportes nos negócios atinge 100% das empresas pesquisadas e nas operadoras de turismo 86%. As principais áreas a serem beneficiadas com os aportes de recursos são marketing e promoção de vendas, compra de novos materiais e treinamento de funcionários.
“Mais uma vez o turismo mostra que tem tudo para ajudar o Brasil a sair da crise. Acredito que o nosso setor pode se transformar numa ferramenta ainda mais eficaz de desenvolvimento se alguns ajustes propostos forem feitos”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão. Em abril, o Ministério do Turismo lançou o Brasil + Turismo, um pacote de medidas para fortalecer o turismo com ações para enfrentar gargalos históricos do setor e de facilitação de viagens.
DESEMPENHO – As empresas atribuem o bom desempenho dos negócios à expectativa de reação da economia e ao aumento da demanda interna por viagens. Dados do setor aéreo, por exemplo, revelam que houve crescimento de 5,4% na demanda por voos domésticos em março, em comparação com o mesmo período do ano passado. “É importante destacar que o aumento da procura por voos acontece em meio à retomada do turismo de negócios e maior número de feriados prolongados”, destaca o boletim elaborado pela Fundação Getulio Vargas.
Como fatores inibidores da expansão dos negócios, as empresas apontam o momento econômico ainda desfavorável e os custos operacionais e financeiros. Para esta edição do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo (BDET) foram ouvidas 782 empresas, que geram 70,1 mil postos de trabalho e tiveram faturamento de R$ 8,2 bilhões no trimestre.