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Opinião

Bola da vez

O ano que passou foi muito estranho. Crises que; embora não tivessem causado no Brasil os desastres esperados ao redor do mundo; causaram enormes prejuízos ao setor de turismo; especialmente o internacional; do qual sobrevive a grande maioria das agencias de viagens. Mas águas passadas são águas passadas e vamos tentar antever o futuro; mas não podemos esquecer que a crise morreu no fim do ano que passou; gerando uma enorme demanda; não só pela desmistificação da gripe dita suína; mas também pela valorização do real frente ao dólar causada pela torrente de dólares que é aplicada no Brasil; paraíso para os aplicadores.
 
Acredito que o governo consiga meios mais eficazes para conter tal valorização ou desvalorização; pois o real forte prejudica muito mais o país; que infelizmente retornou à valorização das commodities; esquecendo-se da industrialização.
 
Acredito que a demanda reprimida do ano passado já teve seu estouro nos fins de 2009 e agora vai voltar aos índices normais; gerando melhor atendimento por parte das agências e melhor rendimento. Estamos vendo que o Brasil é cada dia mais a “Bola de vez”. Não faltam excelentes notícias de sua pujança nos mais importantes meios de comunicação; a conquista da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016; são sem dúvida excelentes créditos para o destino que geram interesse e consequentemente crescimento de nosso turismo receptivo que a cada dia se profissionaliza mais.
 
O Ministério do Turismo se envolve em preparativos para os eventos e se fala mais em turismo. Todos os indicadores mostram um céu de brigadeiro. Mas céu de brigadeiro não é o que se vê no relacionamento agentes – empresas aéreas. A cada dia surgem as mais diferentes regras e sempre dificultando a vida destes que formam a maior rede de distribuição gratuita que companhias têm. Em 2010 esperamos clarear o horizonte. Sem dúvida a exigência é o aumento de oferta de assentos; mas a infraestrutura segue fazendo dique para tal crescimento. Aliás; em matéria de infra; estamos mal. Faltam aeroportos; faltam portos; faltam estradas. Nossa esperança é que o PAC não empaque.
 
Também é o caso dos cruzeiros marítimos que não navegaram nesta temporada em mar de almirante. A repentina e explosiva oferta; dobrando de um ano para outro fez com que os preços despencassem; não que o mercado não consiga absorver tal oferta; pois nossa opinião balizada por estatísticas bem feitas mostra um mercado potencial consumidor bem superior à esta oferta e falta muito para poder atendê-lo; mas; repito; o crescimento repentino não consegue prestar os serviços da qualidade que todos esperam. Com isto os navios perderam um pouco do charme; principal ingrediente motivacional de vendas e penso que tenha perdido uma boa fatia do mercado mais exigente que passará a preferir os cruzeiros internacionais. Vejo com bons olhos a oferta de cruzeiros mais longos; mais luxuosos e que resgatem a elegância esquecida. Mas algumas nuvens negras no horizonte; oriundas da área governamental assustam; em especial as entidades do setor; que esperam o bom senso das autoridades e legisladores para tranquilidade de todos; em especial dos turistas. As entidades deverão fazer frente a tais dificuldades e unidas buscarão sem dúvida a melhor rota.

Eduardo Nascimento é presidente do Sindetur-SP; diretor da Abav-SP e ex-presidente da Abremar

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