LISBOA – O empresário e co-proprietário da TAP Portugal, David Neeleman, participou do último dia da Web Summit, uma das maiores feiras de empreendedorismo no mundo, que acontece aqui em Lisboa até esta quinta-feira (10). Neeleman não conseguiu esconder o entusiasmo com relação à expansão da companhia portuguesa pelo mundo e falou ao M&E sobre as possibilidades de criar novas rotas para o Nordeste do Brasil.
“Queremos fortalecer nosso hub em Lisboa, mas estou um pouco frustado porque não temos mais a abertura de slots. Estamos crescendo mais rápido do que o próprio Aeroporto de Lisboa, e isso é muito importante para o país. Temos que abrir mais rotas, mais ligações, mais cidades, temos que voltar para Toronto, temos que voltar para Montreal e, com a chegada do A321neo, abriremos rotas secundárias para diversas cidades no Nordeste do Brasil e também para os Estados Unidos. No entanto, ainda esbarramos no desenvolvimento da infraestrutura do aeroporto. Não podemos crescer e, ao mesmo tempo, sermos limitados pelo aeroporto”, destacou.
De acordo com Neeleman, “temos que trabalhar juntos para desenvolver a infraestrutura do aeroporto. O país precisa de desenvolvimento econômico através do turismo, que é uma das coisas mais importantes para Portugal. De 10 a 15% de nosso PIB vem do turismo. E vemos isso aqui na Web Summit, com nossos novos voos para Miami, Boston, entre outras cidades, estamos recebendo muito mais norte-americanos. Precisamos ser rápidos para resolver esta situação e seguir expandindo nossa malha por todo o mundo”, disse.
Por falar em novos voos, Neeleman não descartou ligações direta entre Lisboa e Cuba. “Um dia, quem sabe. Hoje temos mais demanda do que aeronaves e queremos ir para outros mercados na América do Norte, antes de nos aventurarmos em Cuba, mas um dia chegamos lá”, disse ele.
Questionado sobre a vitória de Donald Trump, que se tornou o 45° presidente dos Estados Unidos, o também norte-americano Neeleman demonstrou preocupação com relação ao possível protecionismo que possa surgir. “Essa é a minha preocupação, porque os Estados Unidos sempre foram bem abertos, e agora temos que ver se a gente não vai para este caminho de proteger demais, mas acredito que tudo vai dar certo”, completou.