Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Aviação / Turismo em Dados

Abril teve a maior queda de demanda do transporte aéreo já registrada pela Iata

Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata: "Não existe uma medida única para reduzir o risco e permitir a retomada segura dos voos"

Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata: “Abril foi um desastre para a aviação”

A movimentação do setor aéreo internacional atingiu seus índices mais baixos em abril, como aponta o levantamento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). A demanda de passageiros caiu 94,3% em relação a abril de 2019, pois as restrições de viagens relacionadas ao Covid-19 praticamente encerraram as viagens aéreas domésticas e internacionais. Essa é uma taxa de declínio nunca vista na história da série histórica de tráfego da Iata, que engloba dados desde 1990.

Apesar da queda histórica, a entidade registrou também uma tendência de recuperação em maio. Entre 21 de abril e 27 de maio o número de voos diários aumentou 30% em comparação com o praticado durante grande parte dos meses de abril e março. Embora esse aumento não seja significativo para a dimensão global do setor de transporte aéreo, ele sugere que o setor passou pelo fundo da crise, desde que não haja recorrência. Além disso, é o primeiro sinal da aviação iniciando o provável processo longo de restabelecer a conectividade.

“Abril foi um desastre para a aviação, pois as viagens aéreas pararam quase inteiramente. Mas abril também pode representar o ponto mais baixo da crise. Os números dos voos estão aumentando. Os países estão começando a levantar restrições de mobilidade. E a confiança nos negócios está mostrando melhorias em mercados importantes, como China, Alemanha e EUA. Esses são sinais positivos quando começamos a reconstruir o setor de forma ininterrupta. Os brotos verdes iniciais levarão tempo – possivelmente anos – para amadurecer ”, afirma Alexandre de Juniac, CEO da Iata.

A Iata calculou que, na primeira semana de abril, os governos em 75% dos mercados rastreados proibiram completamente a entrada, enquanto outros 19% tinham restrições de viagem limitadas ou requisitos de quarentena obrigatórios para chegadas internacionais.

Os aumentos iniciais de voos foram concentrados nos mercados domésticos. Dados do final de maio mostram que os níveis de voo na República da Coréia, China e Vietnã subiram a um ponto agora apenas 22-28% menor que no ano anterior. As pesquisas de viagens aéreas no Google também aumentaram 25% no final de maio em comparação com a baixa de abril, embora esse seja um aumento de uma base muito baixa e ainda 60% menor do que no início do ano.

Queda de 98% no internacional

A demanda internacional de passageiros em abril caiu 98,4% em relação a abril de 2019, uma deterioração em relação à queda de 58,1% registrada em março. A capacidade caiu 95,1% e o fator de carga caiu 55,3 pontos percentuais, para 27,5%.

O destaque negativo ficou por conta da Europa, onde a demanda caiu 99%, queda acentuada em relação ao recuo de 53,8% em março. As companhias aéreas latino-americanas sofreram uma queda de demanda de 98,3% em abril em comparação com o mesmo mês do ano passado, ante uma queda de 45,9% em março. A capacidade caiu 97% e a taxa de ocupação caiu 34,5 pontos percentuais, para 48,1%, a maior entre as regiões.

Demanda aérea por continente em abril (Fonte: IATA)

Demanda aérea por continente em abril (Divulgação/Iata)

Doméstico recua 87%

O tráfego doméstico caiu 86,9% em abril, com os maiores declínios registrados na Austrália (-96,8%), Brasil (-93,1%) e EUA (-95,7%). Essa deterioração foi acentuada em comparação com uma queda de 51,0% em março. A capacidade doméstica caiu 72,1% e a taxa de ocupação caiu 44,3 pontos percentuais, para 39,5%.

Demanda doméstica em abril (Fonte: IATA)

Demanda doméstica em abril (DIvulgação/Iata)

Receba nossas newsletters