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Entrevistas

​Gol: “O plano estratégico da companhia é muito maior que a crise”

Paulo Kakinoff

Paulo Kakinoff


O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou que o aumento de custos em função da desvalorização cambial coloca as empresas do setor aéreo numa faixa de prejuízo cuja recuperação levará “de um a dois anos”. O executivo destacou que, no Brasil, a variação cambial afeta os custos totais das companhias aéreas, uma vez que os gastos com querosene de aviação, leasing de aeronaves e manutenção de motores são dolarizados. No entanto, ele afirmou que as estratégias da empresa não mudam devido a crise. A companhia mantém os investimentos que está fazendo no seu produto, como a oferta de Wi-Fi a bordo, um novo sistema de entretenimento e a nova marca, que estarão presentes em toda a frota até 2018.

MERCADO & EVENTOS – A alta do dólar prejudicou o custo das companhias aéreas, uma vez que os gastos com querosene de aviação, leasing de aeronaves e manutenção de motores são dolarizados?
Paulo Kakinoff –
No caso do Brasil, esta soma varia de 50% a 55% dos custos totais. Nos últimos 18 meses a variação cambial atingiu 60%. Metade dos custos aumentaram 60% por causa da variação cambial. Isso dá uma boa ideia de como o momento de instabilidade afeta o setor. A recuperação levará de um a dois anos.

M&E – O aumento nos custos para a companhia inevitavelmente deve ser repassado para a tarifa?
Paulo Kakinoff –
Como não é possível prever o que vai acontecer com o câmbio, não posso precisar quando, como e em quanto esse impacto de custo vai ser transferido para a tarifa.

M&E – Em relação à redução da oferta, o que a Gol planejou para esse momento?
Paulo Kakinoff –
Não pretendemos reduzir destinos. A única medida anunciada nesse momento foi a previsão de que a Gol deverá ter neste ano uma quantidade de assento/quilômetro entre 1% e 1,5% menor que no ano passado. Nas localidades que nós temos, por exemplo, sete voos diários, teremos apenas seis.

M&E – E as vendas? Elas caíram?
Paulo Kakinoff –
Não. A companhia vendeu 38 milhões de bilhetes no ano de 2014. Só no primeiro semestre deste ano, já foram transportados 17.552.000 de passageiros. Verificamos que o incremento se deve ao crescimento demográfico. Ao mesmo tempo, com a inclusão econômica dos últimos anos, muitas pessoas ainda voam pela primeira vez.

M&E – A Gol será a 1ª companhia na América do Sul a ter Wi-Fi a bordo. Este projeto se mantém com a crise?
Paulo Kakinoff –
O plano estratégico da companhia é muito maior que a crise. O lançamento de um serviço de Wi-Fi e entretenimento a bordo exigirá a adaptação das aeronaves em operação e a introdução de nova tecnologia nos futuros aviões já encomendados à Boeing. Contaremos com o apoio da fabricante nesse processo, o que fortalecerá o relacionamento entre as empresas. O plano da companhia é ter 100% de sua frota com a solução de internet e entretenimento a bordo até 2018.

M&E – Qual deve ser o valor do serviço?
Paulo Kakinoff –
Para o passageiro, o preço não deve ficar longe da média mundial para uso em mercados domésticos de entre US$ 10 e 20 para passageiros esporádicos e entre US$ 3 e 5 para os passageiros mais frequentes.

M&E – Além disso, mais serviços serão oferecidos?
Paulo Kakinoff –
O passageiro terá disponível uma combinação de conteúdo gratuito e pago que também inclui um sistema de entretenimento a bordo com televisão ao vivo gratuita, filmes, jogos etc, que poderá ser acessado por dispositivos móveis como celulares, tablets ou notebooks.

M&E – Existe a possibilidade de incorporar a sua frota aeronaves da série 737-900?
Paulo Kakinoff –
Temos estudos avançados com a Boeing sobre a possibilidade de termos o avião da série 900 também e, possivelmente, o MAX 9, que é substituto do 900.

M&E – A Gol é à favor do aumento do capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras?
Paulo Kakinoff –
Essa restrição deixa as empresas brasileiras longe de mais capital. Nós desejamos que esse percentual aumente para 49%.

M&E – Em relação a nova marca, muda algo na companhia aérea?
Paulo Kakinoff –
A nova identidade visual foi inspirada na nossa missão, que é aproximar pessoas com segurança e inteligência. Somos a mesma Gol, com o DNA de baixo custo, só que agora com mais serviços, produto superior e na vanguarda do setor. Foram preservados a cor laranja e o uso do nome da empresa como logomarca.

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