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Entrevistas

Paulus: depois da CVC, a vez da GJP na rota do sucesso empresarial

Guilherme Paulus

Guilherme Paulus


Depois de consolidar a CVC como a maior operadora da América Latina, o empresário Guilherme Paulus vem, há uma década, investindo em seu mais ambicioso projeto: transformar a GJP entre os maiores grupos hoteleiros do país. E tudo leva a crer que em pouco tempo isso venha se transformar em realidade. Com 14 hotéis, o grupo inaugura mais sete estabelecimentos até o final de 2016 e quer chegar próximo a 50 unidades até 2020. De forma simples e objetiva, Paulus define a receita desta estratégia empresarial a partir de um esforço em equipe que já envolve 1,3 mil colaboradores, concretizado, a seu ver, com um trabalho baseado na competência, atendimento e criatividade.

M&E – Como analisa o momento do turismo no país e o impacto da crise econômica e política no setor? O que pode ser feito para mudar o quadro atual?
Guilherme Paulus –
Eu vejo com preocupação o momento atual porque falta ao empresariado a confiança para investir. Isso acontece nos mais diversos setores da indústria do turismo. A solução, a meu ver, passa obrigatoriamente por um processo de recuperação conduzido por uma liderança forte. Enquanto isso não acontecer, dificilmente vamos mudar o quadro atual. É preciso vender o Brasil por meio de campanhas e os recursos que a Embratur dispõe são irrisórios comparado a outros destinos concorrentes, oferecer melhores condições ao setor hoteleiro para linhas de crédito. Precisamos usar as empresas aéreas para divulgar a imagem do país no exterior como fazia a Varig.

M&E – Como analisa o atual momento da hotelaria brasileira no seu processo de expansão e modernização? O crescimento sem planejamento pode gerar problemas futuros nas taxas de ocupação?
Guilherme Paulus –
Eu vejo que a hotelaria está passando por uma remodelação. Grandes redes estão investindo em novos produtos cada vez mais sofisticados. Mas essa expansão tem que ter um planejamento adequado. Veja o caso do Brasil com a Copa e as Olimpíadas. Este é um processo natural, mas é preciso que venha acompanhada de investimentos em infraestrutura com a construção de novos centros de convenção. Por outro lado, com o surgimento dos novos hotéis, os meios de hospedagem mais antigos têm que se remodelar para ficarem atraentes e competitivos. Hoje não existe mais necessidade de um modelo de classificação hoteleira. Os meios de hospedagem sabem o que precisam para atender a expectativa dos seus hóspedes. E no final das contas é isso que importa. Se você vai a um hotel categoria cinco estrelas, quer um padrão de qualidade e atendimento neste nível. Se isso não ocorre você perde o freguês. O hóspede hoje quer que a sua bagagem chegue rapidamente no seu quarto. Cada vez mais os hotéis estão investindo em novas tecnologias, melhorando com isso a qualidade dos seus serviços, já que o hóspede também está mais exigente. É a lei de mercado. Se você tem um bom produto e um excelente serviço, aliado a preço compatível, então seu grau de competitividade melhora.

M&E – A que atribui o sucesso da GJP em meio as comemorações dos 10 anos do grupo. Qual o diferencial que vocês oferecem?
Guilherme Paulus –
A receita é mais simples do que pode parecer. Inicialmente você tem que ter um bom serviço e isso passa por uma qualidade no atendimento, bom chuveiro, boa cama e internet com acesso rápido. A criação de novas bandeiras foi em função de uma demanda do próprio mercado. Criamos as bandeiras Wish, Prodigy e Linx, que atendem a determinados tipos específicos de mercado e servem de orientação ao cliente, que sabe o tipo de hotel que está buscando e atende suas expectativas. Cada um na sua faixa e os resultados têm sido positivos. No Wish Serrano tivemos um incremento de 10% na taxa de ocupação e 15% na diária média após a mudança. Nós tínhamos uma grande concorrência em Gramado e no Serrano criamos uma ala com 25 suítes com serviços de mordomo e outras regalias. No segmento de eventos, em 10 anos realizamos 2.731 eventos em nossos centros de convenção e salas de apoio.

M&E – Como está o processo de expansão da rede para os mercados doméstico e internacional? Existem planos de investir também no exterior?
Guilherme Paulus –
No mercado doméstico estamos indo muito bem e no nosso planejamento estamos com previsão de inaugurar mais sete hotéis até o final de 2016, que totalizam mais 1.320 apartamentos e suítes. Entre as novidades está o Prodigy Santos Dumont, que vamos inaugurar neste dia 18 com 300 apartamentos. No internacional decidimos aguardar um momento mais oportuno uma vez que a variação cambial não nos permite investimentos neste momento. Preferimos aguardar um momento mais propício e oportuno. Crescemos rapidamente e consolidamos nossa presença no mercado hoteleiro. Nossa intenção é que possamos crescer de forma consistente, como tem acontecido até agora. Para isso, montamos uma equipe comprometida e uma estratégia que inclui campanhas de incentivo aos agentes de viagens, tanto para o segmento de lazer, como para o mercado corporativo com premiações aos que mais se destacarem nas vendas. Sempre pensamos nos agentes de viagens, nos hóspedes.

M&E – Como avalia o fato de ter conseguido transformar a CVC na maior operadora da América Latina e agora passar por esse desafio com a GJP?
Guilherme Paulus –
Sempre fui uma pessoa que não temi enfrentar desafios. Creio que você deve, enquanto puder, trabalhar e dar continuidade na busca dos seus sonhos. Foi assim com a CVC e agora com a GJP. Não passa pela minha cabeça parar. Sempre tive o sonho de fazer da CVC uma empresa completa, mas chegou um momento em que vendi a empresa e fiquei com a Webjet e os hotéis. Começamos com quatro unidade e iniciamos um processo de expansão formando uma equipe unida e competente, onde trabalhamos com o objetivo de bem servir as pessoas. Depois de ter conquistado o mercado com a CVC, tive que fazer um processo de aprendizagem do mercado hoteleiro. Entendi rapidamente que um dos fatores que mais contribui para o sucesso de um empreendimento hoteleiro é justamente a equipe que você tem. Você pode ter o melhor hotel do mundo, mas se não tiver pessoas competentes, que entendam do que fazem e capazes de um atendimento adequado você não terá sucesso. O fato da GJP completar dez anos de atuação no mercado, com o trabalho realizado até agora neste processo de expansão e consolidação, mostra que estamos no caminho certo para sermos, em pouco tempo, um dos principais grupos hoteleiros do país.

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