Abav-RJ analisa os desafios do agente: OTAs, falta de segurança e adaptação à tecnologia

Marcelo Siciliano, presidente da Abav-RJ

RIO DE JANEIRO – A Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro (Abav-RJ) celebrou nesta quarta-feira (6) sete décadas de história e o M&E bateu um papo com o novo presidente da entidade, Marcelo Siciliano, recentemente eleito. De acordo com ele, são muitos os desafios enfrentados pelos agentes de viagens na atualidade, começando pela concorrência das Online Travel Agencies (OTAs) e dos blogueiros.

“Ambos vieram para ficar, trata-se de uma realidade, eles não vão sumir e estão fazendo o papel deles, mas então cabe ao agente mostrar para o passageiro que ao fechar um pacote com uma agência ele possui o suporte de um profissional, uma pessoa que estará apta a ajudar em qualquer problema. Você tem uma consultoria, um serviço profissional”, avalia Siciliano.

Cabe ao agente mostrar para o passageiro que ao fechar um pacote com uma agência ele possui o suporte de um profissional, uma pessoa que estará apta a ajudar em qualquer problema

Neste sentido, segundo ele, a capacitação se faz cada vez mais necessária. “Vamos trabalhar muito em cima de especialização, treinamento e capacitação. Para 2024 nossa meta é realizar ao menos uma capacitação por mês na nossa sede, ou seja, vamos qualificar cerca de 100 profissionais por evento. E além disso, vamos organizar algumas palestras. Entre os temas que devemos abordar está a questão da tecnologia, tão vital nos dias atuais”, ressalta o presidente da Abav-RJ.

De acordo com ele, o agente precisa aprender a mexer melhor no Instagram, nas mídias sociais como um todo. “Eles precisam usar a tecnologia a seu favor e muitos ainda possuem uma certa dificuldade de entender e lidar com isso. Isso vale para a Abav-RJ também que, a meu ver, pode melhorar a sua comunicação com os agentes do Rio de Janeiro. Temos que explorar melhor os nossos recursos e canais. Hoje fazemos muitas coisas e boa parte das agências acaba sequer tendo conhecimento”, avalia Siciliano.

Metas

Uma das metas da nova gestão é aumentar o número de associados à Abav-RJ, que hoje gira em torno de 300, quantidade pequena quando comparada aos números do passado. “Antes da pandemia, chegamos a ter quase mil associados. Entendemos que o mercado já está voltando e temos que conquistar mais agências, tendo em vista que elas são mais de quatro mil no estado hoje”, diz o dirigente.

Aumentar a representatividade também e outra das metas já definidas. “Temos trabalhado em várias frentes com esse intuito. Hoje estive no Galeão para entender toda essa questão de mudanças de voo envolvendo as restrições do Santos Dumont. Nosso papel é esse, estar integrado e lutar pelo agente de viagem. A associação foi feita para isso e vai continuar atuante”, avisa.

Violência no Rio de Janeiro

Os recentes episódios de violência registrados em Copacabana e amplamente divulgados pela mídia nacional preocupam a Abav-RJ. “Esse talvez seja o nosso maior desafio disparado, porque um episódio desse acaba com todo um trabalho de imagem feito há anos. Você às vezes faz meses de trabalho tentando reverter, tentando mostrar uma outra cara do Rio e aí casos de violência se espalham e acabam sendo divulgados nacionalmente e internacionalmente”, lamenta Siciliano.

“Superar a imagem da falta de segurança é hoje o maior desafio do turismo do Rio de Janeiro”

Ele conta que já foram feitas algumas reuniões com a polícia para tratar de questões como roubos a vans de turistas. “Estamos tentando alinhar um diálogo com o poder público até mesmo para trocar informações, já que muitas vezes ficamos sabendo de forma rápida sobre episódios envolvendo turistas. Superar a imagem da falta de segurança é hoje o maior desafio do turismo do Rio de Janeiro”.