
Gustavo Vedovato, country manager do Kayak no Brasil, Cesar Trifone, influenciador de turismo, Paula Schulz, pesquisadora e porta-voz da Embratur, Heber Garrido, diretor de Marketing da Parquetur, e Raphael de Lucca, country manager da Copa Airlines no Brasil (Manuela Miniguini/M&E)
SÃO PAULO – Na manhã desta sexta-feira (24), a plataforma Kayak promoveu um evento para a mídia, na cidade de São Paulo, para apresentar todas as tendências do turismo que devem ganhar fama nos próximos 5 anos. Entre elas estão: Agentes de IA; Feedbooking; Programas de Deslealdade; Viagens Virtuais; Vitamina V e Escapadas Espirituais; Viagens Fora de Rota e Multidestinos.
Saiba mais sobre cada uma delas abaixo.
O painel contou com a presença de Gustavo Vedovato, country manager do Kayak no Brasil, Cesar Trifone, influenciador de turismo, Paula Schulz, pesquisadora e porta-voz da Embratur, Heber Garrido, diretor de Marketing da Parquetur, e Raphael de Lucca, country manager da Copa Airlines no Brasil.
Após a apresentação dos dados, os convidados participaram de experiências interativas e imersivas. A manhã foi finalizada com um almoço de relacionamento entre os profissionais presentes.
Agentes de IA
A primeira tendência apresentada não poderia ser outra. Em uma década marcada pelos avanços tecnológicos, uma das principais apostas do turismo é a utilização de Inteligência Artificial (IA) para revolucionar tarefas e otimizar o tempo.
Gustavo diz que os Agentes de IA “não são só uma tendência, e sim uma realidade”. O country manager ainda complementa que o Kayak já está se modernizando em relação a isso, com as ferramentas PriceCheck e Ask Kayak, lançadas em 2024.
A PriceCheck é uma nova ferramenta de comparação de preços, enquanto a Ask Kayak indica ao viajante os melhores destinos a partir das suas exigências.
Feedbooking
De acordo com o relatório produzido, existe uma previsão de que as redes sociais tradicionais, ao longo dos próximos cinco anos, passarão a ser “super” redes sociais. Isso significa que, a partir de um perfil no Instagram, por exemplo, o seguidor poderá ter uma experiência integrada.
A partir de uma publicação, já será possível identificar preços de determinada experiência e até mesmo adquirir passagens e hospedagens em apenas um clique.
Para Paula Schulz, essa conexão de mundos se dá pelo novo público que está cada vez mais consumindo um estilo de viagem super personalizada, principalmente a geração Z. “Isso é um fenômeno que veio pra ficar, e as empresas precisam entender isso. A empresa que conseguir encontrar o seu público, assim como um influenciador, vai ter muito retorno”, explica a pesquisadora.
Schulz também identifica que essas experiências segmentadas valorizarão cada vez mais os destinos que, hoje, não estão em tanta evidência como grandes cidades, porque a exclusividade faz a diferença para essa nova geração.
O influenciador Cesar Trifone gostou da ideia. “Eu quero esse super aplicativo para ontem, vai ajudar muito, afinal, nós estamos sempre divulgando agências e experiências. Então, se a pessoa pudesse ser impactada e pudesse comprar logo do meu perfil, ia ser muito benéfico”, afirma.
Programas de Deslealdade
Ao contrário dos programas de fidelidade, muito comuns nas redes hoteleiras e companhias aéreas, a tendência a partir de agora é que o viajante optará muito mais pelo preço do produto do que pela lealdade que ele à empresa.
“O programa de fidelidade passará a funcionar muito bem pra quem viaja com muita frequência”, analisa Raphael. O executivo também acredita que o segredo para captar clientes fiéis durante os próximos anos, está na experiência diferenciada.
“A proposta da Copa é entregar um produto completo pra o passageiro que não é tão frequente para que ele tenha a vontade de se tornar fiel. Por exemplo, sendo a mais pontual dos últimos dois anos nas Américas. Ou o nosso serviço de bordo, que temos incluso em todos os voos independentemente da corrente de excluir esse serviço de voos curtos”, comenta.
Viagens Virtuais
Jogos de realidade virtual já estão mais do que em alta nos dias de hoje, até mesmo a Apple passou a produzir, nos últimos anos, seu próprio modelo de óculos VR. Apesar de não ser novidade no mundo dos games, a partir do estudo do Kayak, tudo indica que a barreira será quebrada: os turistas poderão viajar virtualmente pelo mundo daqui a cinco anos.
Cesar acredita que isso será um desafio. “Hoje, em teoria, as pessoas me assistem para ver além do que a internet pode proporcionar, como as minhas opiniões, o que eu achei. Mas seria maravilhoso ter um tour 360º virtual de um quarto de hotel, por exemplo. Mas a experiência é diferente. Acho que a viagem virtual somaria no sentido de detalhar mais a viagem. Mas, se o hotel tem barata, ele não vai mostrar isso em um tour virtual”, comenta.
Já Heber, vê a realidade virtual como complementar, mas não excludente. “Uma coisa ajuda a outra. Existem algumas frentes, como a frente educacional, que você pode juntar com a experiência física de estar em um destino e deixar a visita ainda mais completa”.
Vitamina V e escapadas espirituais
De acordo com o estudo, os índices de bem-estar serão tão importantes quanto rankings de hospedagens e restaurantes daqui alguns anos, e Heber acredita que essa tendência tem muita força. “Isso também está ligado com a longevidade, com viagens 60+, e com o meio ambiente”, explica.
Paula acha que essa tendência aborda a saúde de diversas formas. “Muito turista internacional vem para o Brasil por conta do clima, por exemplo. Desde retiros espirituais à programas de turismo do sono, o Brasil tem explorado essa oferta, porque nós somos conhecidos por isso, somos um lugar que faz bem para as pessoas. Quem vem pra cá, vem intencionalmente para se sentir melhor”, diz.
Viagens Fora de Rota e Multidestinos
Para driblar o overtourism, uma alternativa que aparentemente está ganhando o coração dos turistas é a viagem fora de rota, e a possibilidade de visitar mais de um destino dentro de uma única viagem.
O influenciador digital Cesar Trifone acredita que isso se relaciona com o alto preço das passagens. “Quando a pessoa já está no destino, ela quer aproveitar o máximo disso, como quem vai para a Europa, por exemplo”, explica.
Paula, que também faz parte da Embratur, revela que o país está investindo muito em conexões aéreas que façam sentido com o roteiro do viajante. “Por exemplo, muitos chegam em Guarulhos, mas quando conseguimos fazer uma rota como a de Recife/Porto, lançada recentemente, facilita ao estrangeiro a conhecer o Brasil. A gente consegue, assim, tornar o país mais atrativo, e também gerar mais opções de rota multidestino”, esclarece.
Todos os dados foram coletados do relatório “Wow Turismo do Futuro (WTF)”, produzido pelo Kayak em conjunto com o The Future Laboratory.