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Em cenário de incertezas, agência de risco rebaixa nota da Latam

Possibilidade será avaliada após preenchimento do formulário no site

Agência apontou cenário de incerteza e de queda na demanda em 2020 e 2021, na comparação com 2019

A Fitch Ratings, uma das três maiores agências de classificação de risco de crédito, ao lado da Standard & Poor’s e da Moody’s reduziu a nota do Latam Airlines Group, após prever uma perda de R$ 600 milhões em fluxo de caixa ao longo de 2020, em decorrência da pandemia da Covid-19. A agência prevê uma queda de 55% na demanda de passageiros ao longo do ano, afetando principalmente o internacional, principal fonte de receitas do grupo. Também foi destaque na nota a flexibilidade financeira limitada em termos da capacidade da empresa de acessar novas linhas de crédito.

A agência rebaixou o IDR (Rating de Emissor de Moeda Estrangeira de Longo Prazo) de ‘B-‘ para “CC”, uma queda de dois níveis, que indica um alto nível de risco. A classificação de risco a longo prazo na escala nacional, também caiu de BB para CC, uma queda de três níveis. Este indicador aponta que o nível de risco de inadimplência está entre os mais altos em relação a outros emissores no mesmo país.

“Os ratings ‘CC’ da Latam refletem que a inadimplência é provável. A flexibilidade financeira da empresa diminuiu desde o início da crise do coronavírus e sua posição de liquidez continua se deteriorando. Atualmente, o rating da empresa está classificado abaixo da Azul SA e da Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA, ambas classificadas em ‘B-‘, que também enfrentam pressões no fluxo de caixa. A Latam é classificada como inferior aos players globais Delta Air Lines (BB + / Negativo), United Continental Holdings, Inc. (BB- / Negativo) e American Airlines Group, Inc. (B / Negativo). Esses emissores iniciaram a crise com posições de liquidez mais fortes e têm mais flexibilidade financeira”, destacou a agência.

Na análise ainda consta que a Latam possuía caixa de US$ 1,5 bilhão em 31 de dezembro de 2019, em comparação com dívida de curto prazo de US$ 1,8 bilhão e dívida total de US$ 10,4 bilhões. Durante 2020, a empresa contratou uma linha de crédito rotativo garantido (RCF), no valor de US$ 600 milhões, que foi garantida por uma combinação de aeronaves, motores de reposição e peças de reposição. Segundo os critérios e estimativas da Fitch, o caixa prontamente disponível no final de abril era de US$ 1,4 bilhão.

Classificação

Para a agência, a Latam respondeu ao ambiente desafiador, reduzindo a capacidade em 95% durante abril e maio. No entanto, a recuperação dos níveis de utilização da capacidade permanece incerta, à medida que o vírus se espalha e são impostas medidas mais restritivas que sufocam a demanda. O principal cenário de coronavírus da Fitch prevê uma queda de mais de 55% nos RPKs para 2020, quando comparado a 2019, e uma queda de 22% em 2021 (versus 2019), com tendências de rendimentos pressionadas nos diferentes mercados. Desde meados de março, a Latam anunciou diferimentos no pagamento de aluguel, renegociações com fornecedores e redução significativa nas despesas com pessoal.

Cerca de 51% das receitas da Latam 2019 foram originadas de rotas internacionais de longo curso. A recuperação desse mercado permanece altamente incerta, pois espera-se que certos países ou regiões continuem restringindo as viagens em face de surtos contínuos. Em 2019, excluindo as rotas internacionais, as receitas do grupo foram distribuídas no mercado doméstico brasileiro (30%) e no mercado doméstico dos países de língua espanhola (SSC) (19%).

Durante o segundo trimestre, a Fitch estima que a queima do fluxo de caixa esteja em torno de US$ 600 milhões. O momento e a intensidade da queima do fluxo de caixa em direção ao 3T20 é a principal preocupação, pois a flexibilidade financeira é limitada em termos da capacidade do emissor de acessar novas linhas de crédito

A agência destaca que é improvável que a Latam  receba assistência financeira do governo chileno. Por outro lado, o governo brasileiro fez um anúncio público de apoio financeiro por meio do BNDES na ordem de R$ 2 bilhões. O valor no entanto, só pode ser utilizado em suas operações no Brasil, o que, embora positivo, proporcione à empresa apenas um alívio modesto, uma vez que a maioria de seus contratos de dívida está na sede da holding no Chile.

 

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