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Cruzeiros

Com oferta menor e à espera de protocolos, temporada de cruzeiros segue indefinida

Sovereing voltará ao Brasil na próxima temporada

Soberano é uma das ausências de uma temporada prevista inicialmente para ser a maior dos últimos quatro anos

O início de 2020 era de comemoração para o setor de cruzeiros no Brasil. Com uma oferta maior e mais tempo de navegação, MSC Cruzeiros, Costa e o Soberano, da Pullmantur, fretado pela CVC, caminhavam para a terceira temporada consecutiva de crescimento. As armadoras tinham certeza sobre os 100% de ocupação e sobre uma presença ainda maior na temporada 2020/2021, com novos navios e mais saídas.

Agora, a beira do segundo semestre do ano e em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as certezas viraram dúvidas, não só em relação aos navios e roteiros que farão parte da temporada, mas também pelos protocolos e medidas de prevenção, que certamente modificarão a experiência em cruzeiro como conhecemos. Estes protocolos ainda estão elaboração entre a Clia Brasil e a Anvisa, que juntas acompanham as diretrizes adotadas por órgão internacionais.

“Estamos em fase de ajustes e definições de protocolos, tudo feito com com base na orientação das autoridades globais e locais de saúde, incluindo a Organização Mundial da Saúde, os Centros de Controle de Doenças dos EUA, Anvisa, entre outros”, afirmou a Clia Brasil em nota. “Seguimos trabalhando fortemente na revisão e aprimoramento desses protocolos, para determinar maneiras de ir ainda mais longe nos esforços para proteger a saúde dos hóspedes, da tripulação e das comunidades que visitamos”, completa o texto.

Entre possíveis mudanças, como o uso de EPIs, redução da capacidade de navios e cuidados extras nos portos durante o embarque, certo até agora é o corte na oferta. Mudanças já anunciadas reduzirão o número de navios de oito para seis, com o saída do Soberano, da Pullmantur e o corte de um navio da MSC Cruzeiros, que agora terá apenas três com embarques no Brasil. O número pode ser ainda menor caso a Costa Cruzeiros também anuncie modificações.

Mudanças

Apesar de companhias de cruzeiros optarem desde março pela suspensão de operações e medidas de reembolso, em virtude das restrições provocadas pela pandemia de Covid-19, no Brasil as influências da pandemia na próxima temporada, que começa em novembro, só começaram a aparecer na última semana.

Monarch e Soberano no porto de Nápolis

Monarch e Soberano no porto de Nápolis

O Soberano (Sovereign), que viria ao Brasil pela 12ª temporada consecutiva, foi a primeira baixa. Após a Pullmantur Cruzeiros anunciar o pedido de recuperação judicial na Espanha, a CVC, responsável pelo fretamento do navio, suspendeu as vendas para o navio. A operadora também está entrando em contato com passageiros para que sejam remanejados em cruzeiros de outras companhias.

Além de ter sua comercialização suspensa para a temporada 2020/2021, o Soberano pode ter encerrado na temporada 2019/2020 sua história de mais de uma década na costa brasileira. O navio está atualmente no porto de Nápoles, na Itália (Stazione Marittima – Terminal di Napol), onde diversos equipamentos estão sendo removidos, incluindo decoração, equipamentos de navegação e equipamentos elétricos.

MSC Cruzeiros

Se a pandemia pode ter antecipado a despedida do Soberano, também foi responsável por adiar a estreia do MSC Grandiosa em águas brasileiras. Inaugurado em novembro de 2019, o meganavio da classe Meraviglia-Plus iniciaria sua temporada no Brasil agora em novembro de 2020. No entanto, o cenário de incertezas fez com que a companhia adotasse posições mais conservadoras.

MSC Grandiosa

MSC Grandiosa

Sendo assim, o Grandiosa permanecerá no Mediterrâneo, onde fez sua estreia, e será substituído no Brasil pelo MSC Seaview, que realizará sua terceira temporada por aqui. Além de ser um navio comercialmente bem-sucedido e um dos mais modernos da frota da companhia, o Seaview já se encontra na costa brasileira, o que facilita uma adaptação para seguir novos protocolos.

Entre opções equivalentes de gastronomia e entretenimento nos dois navios, se destacam as ausências dos shows do Cirque du Soleil e do Promenade, que é um dos charmes da decoração do Grandiosa. Em contrapartida, permanecem as áreas abertas do Seaview e os decks com piscinas e bares próximos ao mar.

Navio conta com piscina no deck 7, passando a sensação de proximidade com o mar

Navio conta com piscina no deck 7, passando a sensação de proximidade com o mar

Nos roteiros, a mudança fica por conta da saída de Ilhéus e a entrada de Maceió. No mais, o navio fará cruzeiros de sete noites de Santos, para o Nordeste do País, incluindo, além da capital alagoana, Salvador, Ilha Grande, Angra dos Reis e Búzios. Assim como estava previsto para o Grandiosa, o Seaview não realizará mini-cruzeiros.

Outros navios

Uma importante mudança é o deslocamento do Sinfonia. O navio teria Itajaí como porto base e agora não terá embarques no Brasil. Seus embarques acontecerão em Buenos Aires e Montevidéu, substituindo o MSC Orchestra. Outro navio que não marcará presença na temporada é o Fantasia, que seria responsável por levar o Yacht Club (classe de serviços de luxo da MSC) para roteiros de Santos a Argentina e Uruguai.

O MSC Musica ficará responsável pelos roteiros que seriam realizados por Sinfonia e Fantasia. O navio terá embarques em Santos e Itajaí, contando com roteiros para Buenos Aires e Punta del Este.

Para passegeiros do Sinfonia, a mudança representa um upgrade, tendo em vista que que o Musica é de um classe superior (MSC Sinfonia é da Classe Lirica – MSC Musica é da Classe Musica). Já em comparação com o MSC Fantasia (Classe Fantasia), o Musica é de uma classe inferior e ainda não conta com o Yacht Club, só disponível a partir da Classe Fantasia.

No Brasil, o MSC Yacht Club só estará disponível no Seaview e no Preziosa, navio que completa a temporada, com roteiros a partir do Rio de Janeiro. O Preziosa foi o único a não ter a programação orginal alterada. Outra mudança na temporada da MSC é a ausência da tradicional travessia Brasil-Europa.

Antes de reestruturar sua temporada, a MSC esperava chegar a 133,5 mil cabines um crescimento de 14% em relação a 2019/2020, além de ter um aumento de 35% em número de cabines Yacht Club. Com as alterações, além de poucas mudanças em relação a oferta do Yacht Club, a companhia deve registrar um queda de mais 25% no número de cabines com embarques no Brasil, podendo chegar a 100 mil de acordo com a duração da temporada.

Costa Cruzeiros

Navio Costa Luminosa atracado no Rio de Janeiro (Foto: Instagram Pier Mauá)

Navio Costa Luminosa atracado no Rio de Janeiro (Instagram/Pier Mauá)

Após os anúncios recentes, as expectativas agora estão voltadas para a Costa Cruzeiros, que, assim como a MSC, havia anunciado no ano passado um aumento de oferta para a tempoarada 2020/2021. Apesar de especulações entre operadores sobre uma possível redução no número de navios, a Costa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não houve nenhuma atualização na temporada.

O planejamento atual prevê uma oferta 50%, com a chegada do Costa Luminosa, que se juntaria a Costa Fascinosa e Costa Pacífica, que fizeram parte da última temporada brasileira de cruzeiros. Ainda estão previstos seis portos de embarque: Santos, Salvador, Rio de Janeiro, e Itajaí, além de Montevidéu, no Uruguai, e Buenos Aires na Argentina.

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