Saiba como é a segurança no aeroporto mais movimentado da América do Sul

Sorria, você está sendo monitorado. Já parou para pensar como é processo de segurança dentro de um aeroporto? Como as empresas decidem quem abordar para inspeções ditas “aleatórias” ou por que a sua bagagem foi aberta? Tudo isso é fruto de uma complexa inteligência operacional. Carlos Gonçalves, responsável pela Segurança Corporativa do Aeroporto de Guarulhos/GRUAirport, explica como funciona o processo no aeroporto mais movimentado da América do Sul, que recebe, diariamente, 100 mil passageiros entre embarques e desembarques.

Assim, quais os primeiros passos para garantir a segurança das pessoas que passam pelo local, bem como de quem trabalha e presta serviços para o aeroporto? Segundo o executivo, primeiramente o aeroporto segue todas as normas previstas pelo International Civil Aviation Organization (Icao – Organização Internacional de Aviação Civil) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Estamos completamente dentro das regulamentações. No Brasil temos um nível de security excelente. Acatamos todas as normas previstas pela Icao”, explica o executivo.

O segundo passo é um extenso monitoramento das pessoas que passam pelo espaço. Para isso, o aeroporto dispõe de mais de 1.500 câmeras móveis e fixas – podendo chegar a mais de 2 mil se somadas às lojas e estabelecimentos comerciais do aeroporto – espalhadas pelos saguões, terminais, áreas de controle restritos e outros.

Analisadas com frequências as câmeras são utilizadas para observar pessoas com comportamentos estranhos ou suspeitos, além de auxiliarem em momentos de tumultos. Caso seja identificado algo fora do padrão, a pessoa é abordada por um agente da Polícia Federal a fim de identificar o problema.

Muito mais que um take

A monitoração, no entanto vai além de câmeras de segurança. Os aeroportos guardam preciosos dados sobre os passageiros através de tecnologias cada vez mais modernas. O processo começa no check-in, quando os documentos são conferidos, em seguida ele é direcionado para a máquina de raio-x e detector de metal. É aqui que maioria dos passageiros suspeitos é identificada.

Para saber se o passageiro carrega algum item fora dos conformes, as máquinas identificam os objetos de acordo com o número atômico. Dessa forma, ela consegue dizer se a pessoa está com algo de madeira, ferro, líquido, plástico, orgânico e todas as outras variáveis. No raio-x esse fator faz com que a imagem tenha uma coloração específica de acordo com o tipo do material na bagagem de mão.

Já as bagagens despachadas passam também por um raio-x específico, caso ele aponte alguma irregularidade, a mala é desviada para uma máquina que oferece uma imagem mais detalhada e só então a bagagem será direcionada para um agente para ser aberta junto do passageiro. “Nenhuma bagagem tem autorização para ser aberta longe das vistas do passageiro”, explica Gonçalves.

Leidivino Natal, Country Director da Vision-box, empresa de tecnologia para aeroportos e afins, enfatiza que a tecnologia é uma forte aliada não apenas para a segurança, como também um importante facilitador para a melhoria da experiência do passageiro, ajudando o aeroporto e as companhias aéreas a oferecerem serviços melhores e mais especializados.

“A tecnologia pode ser utilizada para evitar fraudes e outras falhas. Através da automatização, do check-in, despacho de bagagem, embarque e recuperação de mala, por exemplo, é possível colher muitas informações. Dados estes que são compartilhados com a Interpol, visando interesses de seguridade internacional, ou até mesmo com aeroportos internacionais, com um viés comercial, fazendo com que os estabelecimentos estejam preparados para receber os passageiros de acordo com suas necessidades e preferências”, enfatiza.

Para o passageiro, a facilidade oferece uma experiência mais completa e personalizada, além de agilizar os processos, gerado menos estresse e nervosismo. “Hoje, 35% das emoções negativas estão na fase de apresentar o cartão de embarque para uma pessoa. A pessoa não sabe se apresenta só cartão, se apresenta identidade. Cerca de 20% dos passageiros estão voando pela primeira vez, e eles ficam ansiosos. Com a automatização a entrada na área de segurança é feita em apenas três segundos”, completa.