A Ryanair já começa a fazer os cálculos do tamanho do prejuízo que terá por ter cancelado 2.000 voos até o fim de outubro. A companhia irlandesa de baixo custo acredita que as perdas chegarão ao US$ 29,9 milhões, algo que o CEO Michael O’Leary descreveu como “uma bagunça que nós mesmos criamos”. Para quem não sabe, como divulgado aqui no M&E, a Ryanair anunciou que estava cancelando 2% dos seus voos programados para as próximas seis semanas a fim de retomar seus níveis de pontualidade que são conhecidos pela excelência.
As cidades que serão afetadas são: Barcelona, Bruxelas, Dublin, Lisboa, Londres, Madri, Milão, Porto e Roma. Em nota, a companhia irlandesa, que tem sempre um recorde de pontualidade na casa dos 90%, afirmou que este número estava abaixo dos 80% nas últimas duas semanas. O momento foi tratado como algo “inaceitável” pelos próprios executivos, que agora precisam lidar com a queda que pode ser explicada por uma combinação de fatores.
O mais grave de todos foi o fato do órgão irlandês de regulamentação da aviação comercial (IAA) ter mudado o ano de licença da companhia, que atualmente vai de abril a março, para o calendário anual padrão que começa no dia 01 de janeiro de 2018. O ano de licença começa no 1° dia do primeiro período completo de pagamento quinzenal num ano civil. E termina no dia imediatamente anterior ao primeiro dia do primeiro período completo de pagamento quinzenal do ano civil seguinte.
O cancelamento das operações trouxe insatisfação aos passageiros e impactou diretamente as ações da low-cost . Ao reagir às consequências, O’Leary afirmou que “esta é uma bagunça que nós mesmos criamos. Eu peço sinceras desculpas a todos os consumidores por conta de qualquer problema e preocupação que isso tenha causado”, disse o CEO. “Os cancelamentos serão realocados onde for possível, dando preferência as maiores bases da Ryanair”.