O volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 0,1% em maio, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento é o quinto seguido, mas abaixo da expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projetava alta de 0,4% para o mês.
Apesar da desaceleração, as estimativas da entidade para o setor são positivas no curto prazo, o que levou à revisão da previsão de variação do volume de vendas no varejo em 2022 de +1,7% para +2,0%.
De acordo com análise da CNC, caso aprovada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 1/2022 poderá representar um incremento de R$ 16,3 bilhões no comércio varejista. A previsão é que os ramos de hiper, super e minimercados (R$ 5,53 bilhões); combustíveis e lubrificantes (R$ 3,03 bilhões) e as lojas de tecidos, vestuário e calçados (R$ 2,32 bilhões) sejam os mais beneficiados pela aprovação total da PEC.
A medida, que, entre outros benefícios, pretende aumentar em 50% o valor do Auxílio Brasil e ampliar em 1,6 milhão o número de famílias atendidas pelo programa, tende a disponibilizar novos recursos para o consumo, segundo a avaliação do presidente da CNC, José Roberto Tadros. “Se, por um lado, essas iniciativas prolongam pressões inflacionárias; por outro, no curto prazo, ajudam a recompor a renda das famílias, dando fôlego às vendas no varejo”, avalia.
O projeto, que deve custar cerca de R$ 41,2 bilhões aos cofres públicos, também apresenta potenciais efeitos reversos. É o que lembra o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes. “Essa movimentação pode provocar impacto negativo sobre as vendas no médio prazo, especialmente em decorrência do prolongamento do aperto monetário”, afirma.