Com recorde de casos, França volta a proibir aglomerações e lança novas medidas

Nessa segunda-feira (27), mais de 1,6 mil novas internações foram registradas, elevando o número de pessoas hospitalizadas para quase 17 mil

Com o limite de 100 mil casos diários de Covid-19 ultrapassado, um recorde desde o começo da pandemia, a França decidiu dar alguns passos atrás e voltar a impor restrições mais duras para tentar conter o avanço da doença. Entre elas, um projeto de lei aprovado que transforma o passaporte de saúde em passaporte de vacinação. Tudo foi detalhado pelo primeiro-ministro Jean Castex e o ministro da Saúde, Olivier Véran, em entrevista coletiva.

“Tudo parece um filme que nunca acaba”, admitiu o primeiro-ministro ao descrever uma “situação de saúde extremamente tensa”. A quatro dias do Ano Novo, o número de contaminações explode, principalmente por causa das ondas das variantes Delta e Omicron. Na França, o número de contaminações ultrapassou o limite simbólico de 100 mil casos em 24 horas no sábado (25), um número nunca antes alcançado.

Nessa segunda-feira (27), mais de 1,6 mil novas internações foram registradas, elevando o número de pessoas hospitalizadas para quase 17 mil, de acordo com dados da Public Health France. O aumento também diz respeito ao número de pessoas atendidas em serviços de cuidados intensivos, com 3.333 pacientes na noite de segunda-feira, 328 a mais que no dia anterior.

Retorno das limitações em eventos –  A partir de 3 de janeiro e por pelo menos três semanas, grandes reuniões serão limitadas a um máximo de 2 mil pessoas em ambiente interno um máximo de 5 mil pessoas ao ar livre. Estas medidas serão aplicáveis ​​nas arenas desportivas, mas não dizem respeito às reuniões políticas e aos cultos e missas.

Consumo em bares em pé e shows em pé estão proíbidos – Também a partir de 3 de janeiro, serão proibidos shows em pé e o consumo em bares e cafés deverá ser feito sentado. Por sua vez, os donos de boates, fechadas desde 6 de dezembro, temem não poder reabrir no dia 6 de janeiro como planejado anteriormente.

Consumo proibido em cinemas, teatros e transportes públicos – O consumo de bebidas e alimentos em cinemas, teatros e transportes públicos, “inclusive de longa distância”, também será proibido a partir da próxima segunda-feira (3/1).

Uso de máscara é obrigatório em alguns centros urbanos – “A obrigação da máscara, já aplicável em qualquer ambiente interno, será estendida e mais respeitada, especialmente em todos os centros das cidades”, disse o primeiro-ministro Castex.

 Passe de saúde agora é passe de vacinação –  “A vacinação continua no centro da estratégia do governo”, disse Castex. “Protege contra formas graves de Covid. Sim, a vacinação nos protege, protege os outros e os serviços de saúde severamente desgastados”, completou o primeiro-ministro. Esse é o objetivo de transformar o passe de saúde em passe de vacinação. Com entrada em vigor inicialmente prevista para o final de janeiro, o projeto de lei, apresentado segunda-feira em Conselho de Ministros, será apreciado em comissão na Assembleia Nacional a partir de quarta-feira (29) antes de seguir para o Senado a partir de 5 de janeiro.