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Feiras e Eventos

Diário de bordo: Preparando a World Routes

João Pita

João Pita

João Pita, gerente de Negócios Aéreos do GRU Airport, acompanhará o World Routes 2016, que acontece entre os dias 23 e 27 de setembro, na cidade de Chengdu, na China. Este é o principal evento do mundo do setor e coloca companhias e aeroportos frente a frente para o desenvolvimento de novos voos. Durante os próximos dias, o executivo trará as principais notícias e tendências do evento com exclusividade, como correspondente especial para o M&E. Veja abaixo o primeiro post de João Pita:
Diário de bordo: Preparando a World Routes

João Pita*

A segunda quinzena de Setembro é a mais aguardada do ano para quem trabalha com malha aérea, seja do lado das empresas aéreas ou dos aeroportos. Todo o ano, durante 3 dias, a indústria aérea mundial se reúne para apresentar, discutir e negociar novos voos e novas rotas. São mais de 700 aeroportos e 300 companhias aéreas em reuniões bilaterais de 20 minutos. Intenso, emocionante e, acima de tudo, com muita adrenalina. Assim é o evento World Routes com mais de 3 mil representantes de vários países.

O GRU Airport – Aeroporto Internacional de São Paulo participa pela terceira vez deste evento realizado em Chengdu, China. Pela primeira vez, divulgaremos bastidores desta feira, por meio da parceria entre o Mercados & Eventos e o GRU AIRPORT. Por este canal, vocês vão acompanhar como aeroportos se preparam para atrair empresas aéreas, quais são as prioridades e desafios do maior aeroporto da América do Sul e quais as tendências do mercado aéreo para os próximos meses e anos.

Nos últimos 20 anos, a liberalização do mercado aéreo mundial, primeiro com a privatização das empresas aéreas e depois com as concessões de aeroportos, mudou a interação entre ambos. Os aeroportos já não podem ficar esperando pelas empresas aéreas, ávidas por (novas) rotas rentáveis e de baixo risco. Pelo contrário, espera-se dos aeroportos uma análise profunda do mercado, o desenvolvimento de tendências e a proatividade para mostrar à empresa aérea os motivos pelos quais a sua cidade deve ser a escolhida.

A preparação para o World Routes demanda entre 6 e 8 semanas de trabalho de um grupo de 3 ou 4 pessoas: jovens, mas com larga experiência e conhecimento técnico da indústria área, com um brilho nos olhos de querer fazer a diferença. Começamos por analisar a performance dos voos existentes, a demanda de São Paulo e Brasil para centenas de cidades ao redor do Mundo, a fim de estabelecer padrões de crescimento e de potencial presente e futuro.

Você sabia?
– Las Vegas é a cidade com mais demanda de passageiros desde o Brasil e sem um voo direto. É verdade, são cerca de 100 mil pessoas por ano, das quais 60% a partir da cidade de São Paulo, o que torna o Brasil o maior mercado não servido por Las Vegas no mundo todo!
– Cartagena é o destino na América do Sul com mais passageiros de São Paulo sem um voo direto. São 20 mil turistas de São Paulo nos últimos 12 meses, e mais de 30 mil do Brasil inteiro.
– O CEO da China Southern referiu publicamente o interesse em voar para o Brasil no médio prazo.
– A nova geração de aeronaves (Airbus A320neo e Boeing 737max) pode ter capacidade para ligar São Paulo à Flórida, além de toda a América Central e Caribe.

Depois, pesquisamos melhor a estratégia das empresas aéreas: tem frota para voar para o Brasil? Quais os planos para expansão da frota? Qual o seu hub principal? Já manifestaram interesse em voar para o Brasil?

Uma vez terminada a fase de pesquisa, é tempo de olhar os números, as declarações e preparar a abordagem para cada empresa aérea. Com um “frio na barriga”, procuramos imaginar, no GRU Airport, a estratégia que empresas aéreas estão definindo a milhares de quilômetros de distância, quais os nossos competidores pela próxima nova aeronave e definir qual o plano de abordagem. Apresentações, material de apoio, plantas do aeroporto, brindes, tudo fica pronto e etiquetado de forma individualizada para cada reunião.

Ver para além dos desafios econômicos do curto prazo é uma missão difícil, mas necessária. O potencial do Brasil enquanto país receptor e emissor de Turismo ainda tem muito a ser explorado. Satisfazer essa ambição coletiva só é possível com a integração entre todos os que operam no mercado do Turismo. O World Routes não é um fim, mas, sim, um começo.

Fiquem ligados! No decorrer dos próximos dias, vamos apresentar mais detalhes da nossa participação e dos bastidores deste evento, começando pela longa viagem até Chengdu.

Até amanhã.

*João Pita é gerente de Negócios Aéreos do GRU AIRPORT, onde trabalha desde abril de 2013. Tem um Doutorado em Engenharia de Transportes pela Universidade de Coimbra e MIT -Portugal, com especialização em desenvolvimento de malha e rotas de empresas aéreas. Tem 32 anos e é luso-brasileiro.

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