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Agências e Operadoras

Mercado em ‘alta temporada permanente’ invibializou negócio da 123 Milhas, diz proprietário

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Ramiro Madureira, sócio da 123 Milhas (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A Polícia Federal não precisou realizar a condução coercitiva porque o empresário Ramiro Madureira, sócio da 123 Milhas, apareceu na CPI das Pirâmides Financeiras, na Câmara dos Deputados, como vimos aqui no M&E. Durante o seu depoimento, Ramiro afirmou que cerca de 150 mil consumidores compraram passagens para viajar entre setembro e dezembro deste ano e estão no plano de recuperação judicial da empresa. Ele afirmou, no entanto, que ainda não sabe quantos são os que compraram para 2024.

Mas não foi só isso. Um dos donos da 123 Milhas afirmou que a empresa teve que suspender a emissão de passagens aéreas da linha promocional, iniciada em abril de 2022, porque os preços das passagens não se comportaram conforme o previsto. Ele afirmou também que o produto dependia de um fluxo de novas compras no site, que teria sido menor que o esperado.

“Ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada. E isso abalou os fundamentos não só do ‘promo’ quanto de toda a 123 Milhas”

“Acreditávamos que o custo do ‘promo’ diminuiria com o tempo, à medida que ganhávamos eficiência na tecnologia de sua operação e que o mercado de aviação fosse se recuperando dos efeitos da pandemia. Uma tendência que projetamos à época e que se revelou precisamente o oposto”, declarou. “Ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada. E isso abalou os fundamentos não só do ‘promo’ quanto de toda a 123 Milhas”, completou.

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Audiência na CPI da Câmara durou cerca de 16 horas (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Ramiro Madureira disse que confia na continuidade da empresa, que agora está em recuperação judicial. Segundo ele, é preciso que a 123 Milhas continue funcionando para que os 150 mil consumidores que viajariam agora em 2023 sejam ressarcidos dentro do plano de recuperação, que será discutido com os credores. Ele afirmou que quem comprou passagens para 2024 também estará incluído no plano, mas que ainda não sabe quantos são, como vimos aqui no M&E.

Já a dona da Hotmilhas, Tânia Madureira, disse que a empresa tem um estoque de cerca de 500 milhões de milhas não utilizadas de 15 mil pessoas

DEMISSÃO EM MASSA – Na semana que vem, será feita uma reunião com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça para negociar um acordo para a compensação dos clientes. Ramiro informou que deverão ser organizadas prioridades para clientes que precisam viajar por problemas de saúde, por exemplo. Ele disse ainda que devem ser feitas mais demissões nas empresas do grupo. A 123 Milhas teria hoje 1,3 mil funcionários, e foram demitidos cerca de 400 na crise atual.

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Tânia Silva Santos Madureira, dona da Hotmilhas (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

HOTMILHAS – O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, quis saber por que clientes que venderam milhas para a empresa através da Hotmilhas também não receberam pela transação. Isso porque Ramiro afirmou que a empresa apenas fazia a intermediação entre quem vendia e quem comprava milhas. Já a dona da Hotmilhas, Tânia Madureira, disse que a empresa tem um estoque de cerca de 500 milhões de milhas não utilizadas de 15 mil pessoas. A ideia é negociar a devolução disso durante a recuperação judicial.

Preços imperdíveis eram uma exceção

O relator da CPI, deputado Ricardo Silva, mostrou várias promoções, como passagens para Nova York ida e volta a R$ 1.089, e questionou se os sócios da empresa teriam lucrado com isso. Segundo Ramiro, eram “exceções”. “Aquilo ali era pontual. A janela para emissão de passagens mais baratas ocorria entre 30 e 45 dias antes da viagem”, informou.

“De forma geral, do preço que nós pegávamos da nossa tabela de dados, que a gente via como estava o comportamento do preço, nós abaixávamos dentro da curva”, disse o empresário. Achávamos que veríamos a janela de oportunidade de emissão, de 20% a 35% abaixo do que foi vendido”, completou Ramiro Madureira.

O sócio da 123 Milhas afirmou ainda que, além de depender da curva de preços e do fluxo de novas compras, a linha promocional também contava com uma redução da necessidade de marketing, que foi a única parte que correspondeu ao esperado. Mas o relator disse que a empresa teria gasto mais de R$ 1 bilhão em publicidade no ano passado, o que foi negado por Ramiro. O empresário também disse várias vezes que a linha promocional era apenas 15% do negócio.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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