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Aviação / Política

Abear e companhias aéreas vão ao Senado debater alta no preço das passagens

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Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Executivos das principais companhias aéreas brasileiras foram ao Senado Federal, na semana passada, para participar de uma audiência sobre o elevado preço das passagens aéreas. Os representantes das companhias e do próprio governo federal reconheceram o problema em audiência das comissões de Infraestrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Na ocasião, eles explicaram aos parlamentares que uma série de fatores tem contribuído para pressionar para cima o custo dos bilhetes, como o combustível, a alta do dólar e a variação de demanda de passageiros.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanowicz, explicou que o querosene de aviação subiu 209% desde abril de 2017; e o dólar, 60%. Ele ponderou no sentido de que os meios de comunicação debatem muito o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, mas que o querosene também tem sido reajustado. A situação se complica ainda mais, segundo ele, porque metade dos custos na aviação são dolarizados.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanowicz, explicou que o querosene de aviação subiu 209% desde abril de 2017; e o dólar, 60%

O senador Carlos Portinho, por sua vez, duvidou que o custo do QAV seja de fato um dos grandes vilões. Ele deu exemplo do que ocorreu recentemente com o Galeão, aeroporto no qual o governo do estado reduziu o ICMS para operações. Apenas a Gol se habilitou para fazer jus ao benefício e ainda migrou, um mês depois, para o Santos Dumont.

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O aumento dos preços dos combustíveis foi um dos principais temas no debate sobre os preços das passagens aéreas (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

“Foi uma medida do governo estadual para levar de volta os voos que o Galeão tem perdido para o Santos Dumont […] Até que ponto o argumento da querosene justifica o preço das passagens aéreas? Jogar na conta do combustível não é verdadeiro pelo exemplo que vimos no Galeão, que, diga-se de passagem, não é um aeroporto qualquer. É um hub internacional”, destacou.

Ao responder o senador Carlos Portinho, o representante da Abear esclareceu que um sério problema do Galeão é que o aeroporto não tem registrado demanda, pois os passageiros, por motivos diversos, estão preferindo o Santos Dumont.

Preço dos combustíveis

O gerente de Previsão de Preços, Mercado e Vendas da Petrobras, Diogo Bezerra, alegou que os preços dos combustíveis em geral, assim como de outras commodities, são negociados internacionalmente e influenciados pelos balanços globais.

Na mesma linha, o superintendente de Defesa da Concorrência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Bruno Conde Caselli, afirmou que os preços seguem a cotação do produto no mercado internacional e estão sob forte influência da variação cambial no mercado interno. Conforme o representante da ANP, o Brasil precisa importar o combustível e tem havido forte elevação nos preços, principalmente, a partir de meados de 2019.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também foi ouvido pelos parlamentares. O conselheiro Gustavo Augusto Freitas de Lima disse que a instituição não tem o papel de tabelar preços dos produtos e serviços mas de dizer se o preço pago pelos consumidores é justo ou está sendo inflado artificialmente. Neste caso, o órgão atua para inibir práticas irregulares e aplicar sanções.

Fonte: Agência Senado

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