Acionistas da Lufthansa aprovam ajuda de € 9 bilhões

Com a decisão, a Lufthansa garante liquidez para continuar suas operações

Com 98% dos votos, os acionistas do Grupo Lufthansa aprovaram o pacote de estabilização, que prevê um auxílio estatal de até 9 bilhões de euros. Em Assembleia Geral Extraordinária, realizada virtualmente nesta quinta-feira (25), acionistas votaram a favor das contrapatidas exigidas, que incluem participação do Fundo de Estabilização Econômica (FSM) na companhia.

O FSM fará contribuições de até 5,7 bilhões de euros e estabelecerá uma participação de 20% no capital social da Deutsche Lufthansa AG. O pacote será complementado por um empréstimo de até 3 bilhões de euros com a participação do KfW, banco de desenvolvimento estatal da Alemanha, e de bancos privados.

“A decisão de nossos acionistas fornece à Lufthansa uma perspectiva para um futuro de sucesso. Em nome de nossos 138 mil funcionários, gostaria de agradecer ao governo federal alemão e aos governos de nossos outros países pela disposição em nos estabilizar. Nós da Lufthansa estamos cientes da responsabilidade de devolver os até 9 bilhões de euros aos contribuintes o mais rápido possível”, afirmou Carsten Spohr, presidente do Conselho Executivo da Deutsche Lufthansa AG.

Aumento de frequências

Com a decisão, a Lufthansa garante liquidez para continuar suas operações. Como resultado, a expectativa é de que as companhias do grupo ampliem o número de frequências a partir das próximas semanas. Na início da próxima semana a companhia divulgará uma atualização de sua malha. O plano é incluir novamente 90% de todos os destinos de curta distância originalmente planejados e 70% de todos os destinos de longa distância no horário dos voos até setembro.

Cerca de 30 mil acionistas participaram da Assembléia Geral Extraordinária. Um total de 39% do capital social foi representado. Destes, 98% votaram para aceitar a resolução proposta pela empresa. Isso significa que muito mais do que a necessária maioria de dois terços votou a favor da adoção.

A Comissão Européia já havia aprovado o pacote de estabilização antes do início da Assembléia Geral Extraordinária. Uma decisão sobre a aprovação das medidas de estabilização nos outros mercados domésticos do Grupo Lufthansa será tomada em breve.

Fim do impasse

A aprovação do acordo virou uma incógnita nas últimas semanas, após o maior acionista da Lufthansa, o empresário Heinz-Hermann Thiele, criticar as condições do pacote de estabilização negociado com o Fundo de Estabilização Econômica e deixar sua aprovação em aberto. O movimento levou inclusive a Lufthansa a convocar acionistas para Assembleia, visando garantir a aprovação.

Em comunicado, o Conselho de Administração analisou que a não aprovação do plano poderia resultar inclusive em um pedido de proteção a falência. Na última quarta-feira (24), no entanto, Thiele, detentor de 15,5% do capital, afirmou em entrevista o jornal Frankfurter Allgemeine que votaria favorável ao acordo, o  que levou inclusive a uma valorização nas ações do grupo ao longo desta quinta-feira (25).