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Aviação / Hotelaria / Política

Ex-ministro do Turismo Vinicius Lummertz fala sobre economia e retomada do setor

Vinicius Lummertz secretario de turismo do estado de Sao Paulo Ex-ministro do Turismo Vinicius Lummertz fala sobre economia e retomada do setor

Vinícius Lummertz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Wish de Hotéis e Resorts e ex-ministro de Turismo (Eric Ribeiro/M&E)

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Wish de Hotéis e Resorts e ex-ministro de Turismo, Vinícius Lummertz, falou, nesta segunda-feira (26), sobre a economia do turismo e a retomada do setor no pós-pandemia, no programa Radar Econômico, da Veja Mercado. Lummertz comparou o tratamento diferenciado dado desde sempre ao agrobusiness em relação ao turismo, embora ambos, segundo ele e importantes órgãos internacionais, sejam setores estratégicos para o desenvolvimento do Brasil.

A crítica neste início de gestão federal passa pelo enfrentamento de uma série de indefinições no Ministério do Turismo, envolvendo, inclusive, a titular da pasta Daniela Carneiro, que balança no cargo, mas por enquanto permanece. “Essa indefinição e todo o jogo político atrapalha muito e reflete à menor importância a estratégia do país no turismo”, observou.

“Essa indefinição e todo o jogo político atrapalha muito e reflete à menor importância a estratégia do país no turismo”

O ex-ministro explicou na entrevista que o Brasil tem duas grandes vocações: o agrobusiness e o turismo que o país deveria torna-los vantagens competitivas no mundo, seja pelo potencial econômico que representam, seja pelo tamanho. E isso, segundo ele, é apontado por muitas instituições internacionais.

Mas, o agrobusiness já se desenvolveu, inclusive porque teve mais acesso ao crédito em comparação ao turismo, que sempre representou uma fração minúscula em termos de crédito. “Se olharmos esses dois grandes setores naturais, o agrobusiness inverteu sua atuação de importador de alimentos para exportador. E esse é o caminho que o Brasil também deveria seguir no turismo”, disse.

Três órgãos internacionais WTCC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), OMT (Organização Mundial do Turismo) e Fórum Econômico de Davos, observa Lummertz, apontam a mesma coisa: “o Brasil tem a maior vocação de natureza para o turismo e uma das 10 maiores potencialidades culturais do planeta. Isso é fato e tem de ser explorado”.

E, continuou lembrando que a corda da instabilidade política, no caso do MTur, sempre arrebenta no lado mais fraco: nas negociações políticas relacionadas ao turismo e principalmente ao orçamento destinado, sempre mínimo. O orçamento público reflete uma intenção estratégica, mas não é tratado como na Itália, França, e Estados Unidos, por exemplo, países onde se entende que a economia do visitante ativa toda a economia.

“Essa instabilidade é terrível para o planejamento do turismo que precisa infraestrutura e ambiente de negócios. O Brasil é um dos cinco países, segundo o Fórum Econômico, mais difíceis e instáveis do ponto de vista da segurança jurídica, muito emaranhado. Isso afasta investidores internos e externos. Mas, apesar disso, o turismo ainda cresce no país”, sinalizou.

AVIAÇÃO – Vinícius Lummertz deixou claro, em sua entrevista à Veja Mercado, que a redução em 35% no preço do querosene de avião (QAV) pelo Ministério de Minas e Energia no início do ano, havia reduzido em 35% o preço do querosene de avião, “não podemos pedir para reduzir custos, baixar preços é complicado”.

O país tem liberdade tarifaria há mais de uma década e, durante esse período, os preços médios caíram. “No entanto, existe hoje a aplicação de um algoritmo que busca aumentar o retorno por assento nas companhias aéreas e, nos hotéis, a receita por apartamento. Logo, enquanto tivermos esse modelo no Brasil, essa tendência oligopolizada, pouco se pode fazer. O que precisamos mesmo é abrir mais o mercado”, destacou ele.

“No governo Temer abrimos, demos condições do capital internacional participar das empresas aéreas nacionais, mas hoje precisamos mais, por exemplo, dar melhores condições de aviões de médio porte serem importados, fomentar a recuperação de aeroportos no interior, interligar capitais como Florianópolis, Curitiba e outras do Nordeste. Atualmente há uma verticalização muito forte entre companhias aéreas e fabricantes sobre aeronaves de 200 lugares, em média. Mercados assim tão concentrados geram essas anomalias”, explicou.

E completou: “Pedir para baixar custos, para baixar preços é complicado. O Brasil cobra muitos impostos, e as compras companhias têm sua razão. Precisamos de mais livre mercado, companhias de low-cost, baixar os impostos, fazer com que o mercado tão regulado e caro mude e seja grande e forte”, disse. “Gostaria de ver mais abertura de mercado, mais produção de aviões, menos impostos e mais competição, assim como abrimos lá trás, no governo Temer”, completou.

Veja e entrevista completa no link: https://www.youtube.com/live/ce-rKrtbm84?feature=share.

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