Nos EUA, passageiros e agentes querem impedir fusão de JetBlue e Spirit Airlines

Companhias irão formar quinta maior transportadora dos EUA (Divulgação)

Dada como praticamente encerrada, a novela que culminou na fusão entre JetBlue Airways e Spirit Airlines, por US$ 3,8 bilhões, já aprovada pelos próprios acionistas, ganhou mais um capítulo recentemente. Um grupo de 25 passageiros e agentes de viagens lançou um processo antitruste tentando impedir a fusão, que ainda está sendo examinada pelos reguladores federais antitruste dos Estados Unidos.

A fusão foi aprovada pelos acionistas da Spirit em outubro de 2022, após uma verdadeira guerra entre a JetBlue e a Frontier Airlines. A Spirit e a JetBlue esperam concluir o processo regulatório e fechar o acordo até o primeiro semestre de 2024. Depois da fusão, as companhias aéreas terão uma receita anual combinada de US$ 11,9 bilhões, tornando-se a quinta maior companhia aérea dos EUA em faturamento, com uma participação no mercado nacional de 10,2%.

E é exatamente isso que está motivando o processo antitruste contra ambas as companhias aéreas que está sendo movido na divisão de São Francisco do Tribunal Distrital dos EUA, Distrito Norte da Califórnia. Os demandantes estão em busca de julgamento com júri e ordem judicial proibindo a fusão, alegando violação da Seção 7 da Lei Clayton Antitruste, uma lei de 109 anos que busca impedir práticas anticompetitivas em sua incipiência.

Agentes e passageiros argumentam que a JetBlue ganharia uma participação majoritária no mercado em mais de uma dúzia de rotas onde nem ela nem a Spirit dominavam anteriormente. A Spirit pararia de cortar preços, afirmam eles, prevendo que a JetBlue reduziria a capacidade e aumentaria as tarifas, alegando que deseja comprar a Spirit para eliminar a concorrência. Eles alertam ainda que a capacidade das transportadoras de baixo custo nos EUA seria reduzida em 50% se a fusão fosse adiante.