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Aviação / Fotos

Tam anuncia que fará voo de demonstração com bioquerosene no segundo semestre (Veja fotos)

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Uma bioquerosene feita a partir do óleo de pinhão manso e a querosene convencional de aviação é a mistura que dá origem ao combustível que a Tam usará em um voo experimental no segundo semestre deste ano. “Há um ano e meio a companhia aérea estuda a possibilidade de usar esse biocombustível que reduz em até 80% as emissões de carbono na atmosfera; segundo estudos realizados”; afirmou Líbano Barroso; presidente da Tam; em coletiva de imprensa na manhã de hoje (27/04).

A aeronave usada para o voo será um Airbus A320 em operação na frota da companhia e motores CFM56-5B produzidos pela CFM International; uma joint venture entre a GE dos Estados Unidos e a Snecma (Safran Group) da França. O avião irá partir do Aeroporto Galeão (RJ) sem passageiros; voar por aproximadamente 45 minutos e retornar ao seu ponto de partida.  

Rafael Abud; diretor financeiro da Associação Brasileira de Pinhão Manso (ABPPM); contou aos presentes que o produto usado é 100% brasileiro; oriundo de projetos de agricultura familiar. “Além disso; o cultivo do pinhão manso pode ser feito em qualquer tipo de terra; mesmo as inférteis e também não prejudica a criação de gado”; acrescenta Barroso.

Segundo o presidente da Tam; a companhia já investiu US$ 150 mil na compra de nove toneladas no produto e em todo projeto que envolve o uso do biocombustível. Barroso afirma que o custo do produto quando puder ser comercializado não deve ser muito diferente do combustível convencional. Porém; a companhia investe em compra de aeronaves mais leves; como os  22 Airbus A350; que chegam a partir de 2013. “O A350 é 20% mais leve que os aviões usados atualmente pela Tam. Sendo assim; reduziríamos o uso de qualquer combustível em 20%”; completa Barroso. Na compra dessas novas aeronaves e das novas A 330; que serão entregues entre 2013 e 2022; a Tam investiu US$ 6;9 bilhões.

A companhia aérea estuda junto à ABPPM meios de desenvolver a produção sustentável do pinhão manso em escala comercial. Segundo a Associação; existem 60 mil hectares de plantação em todo o Brasil. A previsão é que até 2020 aumente para 750 mil hectares; o suficiente para produzir biocombustível para 10% da frota aérea brasileira. Outras matérias-primas testadas; como a soja; necessitariam de um espaço muito maior.

Paulus Figueiredo; gerente de combustíveis da Tam; acrescenta que em outros países; o biocombustível a partir do pinhão manso já foi usado com sucesso. Ele seria o mais adequado; se comparado com os combustíveis gerados a partir de algas e camelina; matérias-primas indicadas pela The Air Transport Association (IATA). De acordo com Figueiredo; os testes com pinhão manso foram feitos apenas em Boeings; a experiência realizada pela Tam com o Airbus será a primeira.

Paul Nash e Líbano Barroso

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