Tráfego aéreo na América Latina deve praticamente igualar níveis pré-pandemia em 2023

América Latina é destaque nas previsões de recuperação da Iata (Ascom/Sedetur)

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou sua estimativa para o setor aéreo em 2023. Além do lucro líquido da indústria aérea previsto para 2023, que deve chegar a US$ 8,9 bilhões, com uma margem de lucro líquido de 1,2%, espera-se um inventário de 34,4 milhões de voos disponível em 2023 (+24,4% em 2022 e apenas 11,5% abaixo dos níveis de 2019). E a América Latina é destaque nesta recuperação (veja abaixo).

Os dados da pesquisa de passageiros de maio de 2023 traduzem ainda uma perspectiva otimista, com 41% dos viajantes indicando que esperam viajar mais nos próximos 12 meses do que no ano anterior e 49% esperam realizar o mesmo volume de viagens. Além disso, 77% dos entrevistados indicaram que já viajavam tanto ou mais do que antes da pandemia.

Espera-se ainda que o setor atinja 87,8% dos níveis de 2019 de demanda em 2023, justamente com o fortalecimento do tráfego. De acordo com a Iata, a alta demanda por viagens em muitos mercados está mantendo os rendimentos fortes, com um modesto declínio de 1,1% esperado em 2023 em comparação com os níveis de 2022 (após aumentos de 9,8% em 2022 e 3,7% em 2021). Já a ocupação média esperada é de 80,9% para 2023, muito próximo do recorde de 82,6% em 2019.

As despesas, por sua vez, devem crescer para US$ 781 bilhões (+8,1% em 2022 e -1,8% em 2019). Os custos de combustível de aviação devem ter uma média de US$ 98,5/barril em 2023, para uma conta total de combustível de US$ 215 bilhões. Isso é mais barato do que os $ 111,9 / barril anteriormente esperados (dezembro de 2022) e o custo médio de US$ 135,6 verificado em 2022. Só o combustível foi responsável por quase 30% das despesas totais das aéreas.

ANO PASSADO – A melhora no desempenho financeiro do setor em 2022 superou as expectativas anteriores. As perdas líquidas da indústria para 2022 agora são estimadas em -US$ 3,6 bilhões, um fortalecimento da perda estimada anteriormente de -US$ 6,9 bilhões (dezembro de 2022). Ao nível operacional, e não obstante a grande variação de desempenho, os dados mais recentes apontam para o regresso do setor ao lucro em 2022 antes de impostos.

América Latina: demanda e oferta igualam o pré-pandemia

A Iata informa que o volume de passageiros na América Latina está se recuperando rapidamente, mas o desempenho financeiro varia consideravelmente na região. A região permanecerá no vermelho, embora algumas companhias aéreas devam registrar lucros sólidos. No geral, espera-se que o desempenho financeiro da indústria continue a melhorar, mas um cenário econômico desafiador em vários países da região está diminuindo o ritmo da recuperação.

A expectativa é que o prejuízo líquido das companhias aéreas da região seja amenizado em 2023. Se ano passado, foram US$ 3,9 bilhões de prejuízo, neste ano a previsão é de perdas de US$ 1,4 bilhão. A demanda, no entanto, deve crescer 14,2% em relação a 2022 e ficar a 98% dos níveis registrados em 2019. Já a oferta, que tem uma previsão de crescimento de 13,5% em 2023, deve praticamente igualar (-1%) os níveis pré-pandemia.