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Hotelaria

​FBHA busca apoio do MTur para corrigir projeto da gorjeta

Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) foi recebido nesta quinta-feira, dia 16, pelo Ministro do Turismo, Gastão Vieira, e pelo secretário–executivo, Valdir Simão. O objetivo da visita foi buscar o apoio do governo para corrigir distorções do PL 57/2010, que trata da gorjeta. O ministro se comprometeu a levar o assunto à presidenta Dilma Roussef, por meio da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e o também à área econômica do governo.

O presidente da FBHA também esteve à frente de negociações sobre o tema com diversos parlamentares e assessores na tarde de ontem, entre eles a senadora Ana Amélia; os senadores Eunício Oliveira (PMDB), Gim Argelo (PTB), Wellington Dias (PT), Francisco Dornelles (PP); além do presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), o senador Antônio Carlos Valadares (PSB).  As visitas forma acompanhadas por outras entidades ligadas ao setor, incluindo um sindicato laboral, também contrário ao projeto.

O objetivo do périplo no Congresso foi pedir aos parlamentares a assinatura em documento para a retirada do pedido de urgência para votação do projeto. “Não somos contrários ao projeto em si, queremos a regulamentação, sim, mas precisamos de mais tempo para analisar alguns pontos do projeto que não foram suficientemente discutidos”, alertou Sampaio. “Da forma como o projeto foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, de forma atabalhoada, o projeto é prejudicial a todos, tanto a empresários quanto aos trabalhadores e aos consumidores, em última instância”, afirmou.

O projeto, aprovado na última terça, dia 13, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), determina repasse de 80% do montante de gorjetas para os trabalhadores. Segundo Sampaio, alguns pontos que constam do projeto podem inviabilizar a cobrança da gorjeta por parte dos empresários. O primeiro ponto questionado pela FBHA é o percentual de 20% a ser retido. “Este percentual não paga os custos que o empresário tem sobre os 10% cobrados”, reclama Sampaio.

Ao lançar a gorjeta na Nota Fiscal incidirá sobre a empresa não apenas a contribuição patronal previdenciária, mas também outros tributos como IRPJ, PIS, COFINS, CSLL, ICMS e ISS, a depender do enquadramento tributário da empresa. Este custo pode ser ainda maior se considerarmos as operações com cartão de débito e crédito, que possuem suas respectivas taxas de administração. Sendo assim, os encargos gerados podem ultrapassar 50%.

A Federação também não concorda com o valor da multa a ser aplicada, por entender ser desproporcional. Pelo texto aprovado, há uma multa diária de 2/30 avos da média mensal de gorjetas para o estabelecimento que não se adequar às novas regras, o que a FBHA considera excessivo e pretendemos alterar. “É um absurdo e vai onerar ainda mais o setor produtivo”, alega o presidente da FBHA.

 Também não há no texto qualquer ressalva às micro e pequenas empresas, o que pode gerar alguns problemas na fiscalização e tributação, já que o lançamento em nota fiscal pode, eventualmente, tirá-las desse enquadramento.

Outro cenário que fatalmente se realizará é a proibição das gorjetas espontâneas por parte do estabelecimento, evitando o passivo trabalhista de possíveis disputas judiciais como já ocorre atualmente. Até mesmo o fechamento de alguns estabelecimentos que não suportarem os encargos que esta medida, se aprovada neste formato, ocasionará. “O empresário vai deixar de cobrar os 10%, para evitar mais este ônus na sua contabilidade”, reitera Alexandre Sampaio.

A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), também pediu aos parlamentares, além da retirada do projeto, uma audiência pública para tratar do tema, e trabalha uma nova redação a ser proposta por meio de emendas ao texto aprovado, que deverá ser entregue aos parlamentares na próxima semana, quando os representantes dos sindicatos associados deverão vir a Brasília para conversar com os senadores. 

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