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Hotelaria

Arrecadação do Room Tax desempenha papel crucial na sustentabilidade dos CVBs e beneficia hoteleiros, diz Toni Sando

Toni Sando do Visite Sao Paulo e1724333299138 Arrecadação do Room Tax desempenha papel crucial na sustentabilidade dos CVBs e beneficia hoteleiros, diz Toni Sando

Toni Sando, presidente executivo do Visite São Paulo Convention & Bureau falou sobre a importância da contribuição (Eric Ribeiro/M&E)

Em um cenário onde Convention & Visitors Bureaus (CVBs) e associações do turismo desempenham um papel crucial na promoção de destinos e na atração de eventos, Toni Sando destaca a necessidade urgente de reforçar a contribuição de hoteleiros e organizadores de eventos para a sustentabilidade financeira dessas entidades. Apesar de serem essenciais para a capacitação e incremento de visitantes, os CVBs enfrentam desafios devido à falta de compreensão sobre a importância do roomtax e outros mecanismos de apoio.

Parte dos recursos do Visite São Paulo Convention & Bureau, por exemplo, são provenientes do repasse do Room Tax Facultativo, contribuição facultativa paga pelos hóspedes nos hotéis e revertida para a Fundação 25 de Janeiro. É uma prática internacionalmente conhecida e utilizada com sucesso em centenas de cidades do mundo. Vale lembrar que o Room Tax Facultativo não é uma taxa nem um tributo.

“Nossa proposta é voltar a colocar esse tema em questão junto aos hoteleiros, junto aos organizadores de eventos, para que fique claro o quão importante é essa contribuição para manter a sustentabilidade financeira de um Convention & Visitors Bureau”

Sando enfatiza que a resistência à contribuição facultativa no país reflete um desentendimento cultural. A chave para superar esse obstáculo, segundo ele, é intensificar a conscientização sobre a importância desses recursos para o fortalecimento das estruturas que promovem o turismo e eventos.

“A nossa proposta é voltar a colocar esse tema em questão junto aos hoteleiros, junto aos organizadores de eventos, para que fique claro o quão importante é essa contribuição para manter a sustentabilidade financeira de um Convention & Visitors Bureau, que é uma organização sem fins educativos, que trabalha para promover um destino, para captar eventos, para aumentar o fluxo de visitantes. O CVB trabalha nas capacitações, em treinamento, mas para tudo isso, precisa de recurso. E como os CVBs do Brasil são entidades privadas, não são governamentais, eles não dependem de dinheiro público, e na maioria das vezes eles nem utilizam de nenhum convênio para manter seus propósitos originais”, explicou Toni Sando.

Os Conventions se baseiam em três formas de contribuição:

  • mensalidade de associados;
  • patrocínio de ações que são realizadas;
  • e o roomtax, que é essa contribuição facultativa dos hóspedes.

“Quando o hotel está engajado, ele sempre coloca essa contribuição na sua reserva, no checkout. Mas não necessariamente isso acontece com todos. E o que o hoteleiro precisa entender é que, através dessa contribuição, que é uma contribuição do próprio hóspede, o empreendimento também acaba se beneficiando nos programas de treinamento e de aumento de fluxo de visitantes, o que acaba aumentando a ocupação do hotel dele”, completou Toni.

Com os organizadores de eventos também acontece a mesma coisa, segundo o executivo. “Quando se faz um evento, ele pode ter o apoio de um Convention. Alguém do CVB trabalhou para que o evento acontecesse. E para alguém trabalhar para isso acontecer, precisa ter alguma receita. E essa receita também vem dessa contribuição”, reforçou.

Entre os benefícios do Room Tax estão um impulso à ocupação hoteleira, aumento dos espaços de eventos e uma melhor economia da cidade.

Questionado pelo M&E sobre o motivo de alguns hotéis resistirem a fazer essa cobrança, Sando respondeu que “o brasileiro não tem um espírito associativo, culturalmente falando”.

“Quando a cobrança não é obrigatória, as pessoas geralmente tendem a achar que ‘não é com elas”

“Quando um brasileiro vai para fora, ele dá todas as gorjetas necessárias e às vezes até é muito generoso. No Brasil, até pelos impostos que nós pagamos, ele acaba sendo mais restrito a querer contribuir, de alguma forma. E a contribuição, que não é nem pelo valor – é mais pela pelo fato de ser facultativa, sente que não é sua ‘obrigação’. São paradigmas. Quando a cobrança não é obrigatória, as pessoas geralmente tendem a achar que ‘não é com elas'”, explicou Sando.

O valor informado pelos hotéis para a emissão do boleto é: Rom Tax = valor arrecadado do Room Tax do mês (-) impostos devidos. Os Impostos devidos são 0,65% de PIS, 3,00% de COFINS, 5% ISS

“A cadeia produtiva do turismo em São Paulo, em seus destinos parceiros e em todo o país, só tem a perder quando por algum motivo, não inclui o room tax nas propostas e/ou no Check Out. Mas se lutarmos juntos e convencidos de sua importância, vamos atrair mais visitantes, mais eventos e mais recursos”, defendeu o executivo.

“É nosso papel criar essa conscientização”

Para mudar isso, Toni enxerga apenas um caminho: o da conscientização. Os hoteleiros e organizadores do evento devem ser os responsáveis por estimular os seus clientes a deixar esta retribuição, enquanto todo o setor deve ajudar a disseminar o assunto e apoiar a causa. “Por isso que é nosso papel criar essa conscientização, para mostrar que é muito importante que uma organização seja bem estruturada, e para ser bem estruturada, ela precisa de recursos”, finalizou.

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