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Feiras e Eventos / Hotelaria

Conotel 2020: Abear, Accor, CVC e mais líderes debatem o ‘novo normal’ do Turismo

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Erica Drummond, VP da ABIH Nacional

Um dia após sua abertura, que contou com a presença de diversas lideranças do setor e dos ministros Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, e Ricardo Sales, do Meio Ambiente, e debates sobre os impactos da pandemia, o Congresso Nacional de Hotelaria 2020 (Conotel) encerrou sua programação nesta quinta-feira (29), com o painel “Trabalhando o Novo Normal – Hotelaria, Turismo, Agenciamento, Aviação e Eventos”.

No painel que encerrou a programação do Conotel 2020, participaram Chieko Aoki, presidente da Blue Tree, Patrick Mendes, CCO da Accor Global, Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Claiton Armelin, diretor Executivo de Produto Terrestre Nacional da CVC Corp, Toni Sando, presidente da Unedestinos, e Alexis Pagliarini, presidente executivo da Ampro – Associação de Marketing Promocional.

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Patrick Mendes, da Accor, Manoel Linhares, da ABIH, e Chieko Aoki, da Blue Tree

O presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, lembrou que a Covid-19 foi brutal para a economia e devastadora para o Turismo. “Não temos estoque em nosso segmento, logo a cada noite vendida é prejuízo total. Quando temos uma queda de 20% de mercado, até conseguimos suportar, mas 95% do jeito que foi a hotelaria não aguenta. Na pandemia ficamos com apenas 5% abertos, que serviram para receber passantes e mais profissionais”.

A moderação do debate ficou a cargo da VP da ABIH Nacional, Erica Drummond. “Este novo normal está presente para sempre, a hotelaria sabe dos novos procedimentos, a hotelaria está pronta, continua com toda aquela  hospitalidade que não podemos perder. Como podemos fazer para que essa hospitalidade possa ser manter alegre, receptiva e para que os procedimentos não sejam tão rígidos no futuro e assim retomar os serviços que conhecemos completos?”, indagou.

Blue Tree

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Chieko Aoki, presidente da Blue Tree

A presidente da Blue Tree Hotéis, Chieko Aoki, afirmou que os procedimentos serão mantidos até a chegada da vacina. Por outro lado, celebrou os tempos de mudanças. “Temos que esperar mais um pouco para que as pessoas e empresas entendam que as cidades e os hotéis estão seguros. E como não temos vacina, não dá para mudar os procedimentos ainda. Estamos hoje vivendo um momento importante e prazeroso, momentos de mudanças, porque tudo acaba se ajustando”, destacou.

A cultura dos resorts, com atividades e muita agitação, segundo Chieko, terá que ser trazido para dentros dos hotéis, com uma maior generosidade para com o cliente. “Nos nossos hotéis do Nordeste temos números bastante animadores, com expectativa de melhora de ocupação para o fim do ano”, disse a presidente da Blue Tree, que também revelou sua visão geral de como a rede hoteleira está se comportando neste “novo normal”.

“No início da pandemia, trabalhamos o caixa para que durasse durante a pandemia, fomos muito conservadores, e hoje já está tudo equacionado. Revimos a questão da sustentabilidade e da biossegurança dos hotéis e logo tivemos reconhecimento do mercado, que está mudando”

“No início da pandemia, trabalhamos o caixa para que durasse durante a pandemia, fomos muito conservadores, e hoje já está tudo equacionado. Revimos a questão da sustentabilidade e da biossegurança dos hotéis e logo tivemos reconhecimento do mercado, que está mudando. Temos hoje hotéis com 60% dos quartos abertos, outros que só podem trabalhar com 50% de ocupação e com relação às unidades de São Paulo precisamos fazer um trabalho maior para retomar o mercado. A preocupação hoje da Blue Tree são os hotéis corporativos”, destacou.

Accor

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Patrick Mendes, CCO da Accor Hotels

Quem também participou do painel foi ex-CEO para América Latina e o atual CCO da Accor Hotels, Patrick Mendes, que fez um balanço da operação da rede na América Latina, hoje com 90% hotéis já reabertos. “Chegamos a fechar 80% dos hotéis, de abril a julho, e hoje já estamos com 90% das unidades reabertas. Os 10% que permanecem fechados, em grande parte, são aqueles que compartilham do mesmo local. As unidades estão reabertas, mas não estão cheias. Vamos fechar outubro com 30% de ocupação média no Brasil, ainda longe de um nível aceitável”, destacou.

“Chegamos a fechar 80% dos hotéis, de abril a julho, e hoje já estamos com 90% das unidades reabertas. As unidades estão reabertas, mas não estão cheias. Vamos fechar outubro com 30% de ocupação média no Brasil, ainda longe de um nível aceitável”

Responsável, até a semana passada, por cerca de 340 hotéis no Brasil, o ex-CEO da Accor para América Latina afirmou que a realidade ainda é dura, com grandes dificuldades para a indústria hoteleira. “Precisamos da ajuda do governo para flexibilizar créditos, taxas, pagamentos e fomentar o turismo internacional e nacional para que o turismo volte a ser dinâmico. Já pelo lado da Accor, implementamos protocolos de segurança e temos certeza de que hoje se hospedar em um hotel é mais seguro do que muitas outras atividades, como sair para fazer compras”, completou.

“O desejo (de viajar) é muito grande. Os hotéis, por sua vez, vão ter que se portar de uma maneira diferente, misturando business e lazer, criando experiências, atividades culturais, e aproveitando suas localizações”

Patrick Mendes declarou ter ficado surpreso pela vontade do turista em voltar a viajar e ainda previu que mesmo os hotéis mais corporativos terão que se reinventar neste “novo normal”.  “O desejo (de viajar) é muito grande. Os hotéis, por sua vez, vão ter que se portar de uma maneira diferente, misturando business e lazer, criando experiências, atividades culturais, e aproveitando suas localizações”, destacou o executivo. “O mercado vai voltar forte, vai voltar diferente, e nós teremos que ter tecnologia e mais atividades lúdicas para receber os hóspedes”, completou.

Abear

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Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, representou as companhias aéreas neste painel do Conotel 2020. Para o executivo, que abordou o momento atual e o que podemos esperar da alta temporada de verão, o pior da pandemia de Covid-19 já passou. “Estávamos apenas com 8% da malha aérea no ar no começo da pandemia. Hoje já temos 52%, fecharemos com 60% da malha aérea em novembro e esperamos chegar em dezembro batendo os 70%”, destacou o presidente da Abear.

“Estávamos apenas com 8% da malha aérea no ar no começo da pandemia. Hoje já temos 52%, fecharemos com 60% da malha aérea em novembro e esperamos chegar em dezembro batendo os 70%”

A expectativa de Sanovicz é que o conjunto de toda a malha aérea doméstica esteja de volta ao ar em meados de 2021. “Hoje, por exemplo, já temos pouco mais de 92% dos aeroportos já reconectados, alguns ainda sem o mesmo número de voos, mas em todos eles já há uma oferta”, disse Eduardo, que ainda abordou a questão das tarifas. “Comprar um bilhete hoje é gastar 1/3 a menos do que gastaríamos no mesmo período de 2019, e não vemos uma recuperação de tarifa para os níveis pré-crise já nesta temporada de verão, embora possamos estar com níveis melhores de rendimento”, completou.

“Comprar um bilhete hoje é gastar 1/3 a menos do que gastaríamos no mesmo período de 2019, e não vemos uma recuperação de tarifa para os níveis pré-crise já nesta temporada de verão, embora possamos estar com níveis melhores de rendimento com relação ao momento atual”

O presidente da Abear fez questão de lembrar que da mesma maneira que a rede hoteleira precisa da aviação, a aviação também precisa de hospedagem. “Ninguem sai de casa de manhã para pegar um avião assim do nada. As pessoas precisam ir para um destino, precisam da oferta hoteleira, oferta comercial, lúdica, cultural, natural, portanto, é absolutamente fundamental entendermos que não existe aviação sem hospitalidade, já que as pessoas saem de casa para serem acolhidas em outro local”, destacou Eduardo Sanovicz.

“O lazer se sustenta por pessoas que viajavam ao exterior e agora estão conhecendo o Brasil. O País tem produtos, serviços e qualidades comprovadas para disputar, hospedar e encantar este público, e cobrando em real”

Ele destacou uma retomada inteiramente baseada no turismo de lazer. “Neste cenário, o que está sustentando a retomada de maneira esmagadora é o lazer. O viajante de negócios ainda está viajando pouco e o de eventos não tem demanda. E esse é o desafio fundamental: ampliar o nível de segurança e protocolos para que o mercado de eventos retomem suas atividades. Já o lazer se sustenta por pessoas que viajavam ao exterior e agora estão conhecendo o Brasil. O país tem produtos, serviços e qualidades comprovadas para disputar, hospedar e encantar este público, e cobrando em real”, finalizou.

CVC

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Claiton Armelin, diretor de Produtos Nacionais Terrestes da CVC Corp

O diretor de Produto Terrestre Nacional da CVC Corp, Claiton Armelin, fez um balanço do que a operadora realizou durante a pandemia e no momento atual de retomada. “As coisas estão ‘despiorando’. Em março, tínhamos mais de 200 mil passageiros que precisavam voltar para casa. Após isso, passamos todos estes meses pensando na retomada, que já começou e de maneira bem satisfatória. Em setembro, as vendas de lazer chegaram a 65% do volume que registramos em 2019”, destacou.

“As coisas estão ‘despiorando’. Em março, tínhamos mais de 200 mil passageiros que precisavam voltar para casa. Após isso, passamos todos estes meses pensando na retomada, que já começou e de maneira bem satisfatória. Em setembro, as vendas de lazer chegaram a 65% do volume que registramos em 2019”, destacou.

A expectativa para esta retomada doméstica é tão grande que a operadora terá 150 voos fretados para a alta temporada de verão. “Estamos nos antecipando a demanda. E uma notícia ainda melhor veio de Porto Seguro, um dos destinos mais vendidos da empresa. Ao lado da ABIH, antecipamos o início dos voos fretados, que começariam em dezembro, para este sábado (31), com direito até a batismo da aeronave”, destacou o diretor.

“Estamos nos antecipando a demanda. E uma notícia ainda melhor veio de Porto Seguro, um dos destinos mais vendidos da empresa. Ao lado da ABIH, antecipamos o início dos voos fretados, que começariam em dezembro, para este sábado (31), com direito até a batismo da aeronave”

Claiton Armelin lembrou que o Brasil é hoje o uníco paraíso (entre países) do mundo aberto para o turismo. “E dou destaque a criação dos selos, trazendo tranquilidade para nosso cliente que já começou a viajar”, disse. “E aquele desejo de viajar por perto já está sendo realizado. Agora estamos investindo em viagens nacionais mais longas, nas quais os clientes passam cinco, seis dias num destino. São estes orçamentos que estão crescendo muito em nossas 1,2 mil lojas já abertas e nas agências”, frisou o diretor de Produtos Nacionais Terrestres da CVC Corp.

Unedestinos

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Toni Sando, presidente da Unedestinos

Toni Sando, presidente da Unedestinos, também participou do painel que debateu o “novo normal” no Conotel 2020. De acordo com o executivo, a crise pela qual o setor passou acabou unindo os segmentos e colocando o associativismo de uma maneira mais estabelecida na representatividade dos setores.

“Estamos de certa forma nos reunindo e debatendo o desejo de todos que é esta reconstrução econômica com outros olhares e novos negócios. Aqui estamos infelizmente nesta reunião digital. Se tudo correr bem, com protocolos sendo respeitados, com certeza o ano que vem será mais dinâmico. Hoje estamos vivendo bolhas de fins de semana, pessoas físicas viajando e as pessoas jurídica mais reticentes”, lembrou Toni Sando.

O presidente da Unedestinos disse ainda que tudo que o setor faz no momento é “criar a segurança e para que as empresas liberem logo seus executivos para que possam voltar a viajar. O turismo não precisa de salvador da pátria, e sim de apresentar os pleitos e os números para que possamos debater o desenvolvimento do setor. Precisamos nos ajudar e contribuir para que os empresários retomem as atividades e gerem negócios.”.

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