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Hotelaria

Hotelaria carioca acusa Booking.com de abuso de poder econômico; OTA responde

Recepção do hotel localizada no sexto andar

De acordo com o Hotéis Rio, a Booking.com, tem se recusado a dialogar, levando a hotelaria a questionar se a postura não caracterizaria abuso de poder econômico

Diante do cenário de crise imposto pela pandemia, e com o risco de demissão em massa e falência de empreendimentos hoteleiros, a hotelaria carioca negocia a redução temporária dos comissionamentos praticados pelas agências online (OTAs). De acordo com o Hotéis Rio, a Booking.com tem se recusado a dialogar, levando a hotelaria a questionar se a postura não caracterizaria abuso de poder econômico.

Diversas conversas e reuniões foram realizadas com os principais players do mercado, incluindo Expedia, Hotel Urbano e Decolar.com, que foram sensíveis ao cenário e negociam melhores taxas para a retomada. O presidente do Fórum Comercial do Hotéis Rio, José Domingo Bouzon, defende que não existe alternativa para a preservação dos milhares de empregos em risco em período de ocupação perto de zero, senão o corte de custos.

“Estamos preparando campanhas promocionais e uma ampla divulgação do destino para mostrar que o Rio está preparado para a retomada, e quando esta demanda mostrar os primeiros sinais de aquecimento, vamos precisar contar com o entendimento destes parceiros de que as taxas exorbitantes, até então praticadas, não se aplicam no novo cenário”, disse Bouzon.

O presidente do Hotéis Rio, Alfredo Lopes, lembra que para alguns hotéis, como os de pequeno porte, as OTAs são os principais canais de reservas, se não os únicos, o que fez com que muitos desses hotéis enxugassem seu staff. “Se o cenário está posto e os atuantes no setor não trabalham em consonância, ficamos reféns dos grandes players?”, questiona.

O tema tem sido discutido incansavelmente nos encontros comerciais da hotelaria carioca e foi encaminhado para parecer da assessoria jurídica do sindicato. “Neste momento, é importante que o consumidor final tenha um entendimento claro sobre o papel que uma OTA possui, o custo que os hotéis pagam por cada reserva, e como eles poderiam ajudar na manutenção desses empregos de milhares de famílias que dependem do turismo, comenta o vice-presidente do Hotéis Rio, Ronnie Arosa.

Resposta da Booking.com

O M&E entrou em contato com a Booking.com para esclarecimentos. Confira abaixo, na íntegra, a nota enviada pela empresa.

“Na Booking.com estamos fazendo tudo o que podemos para dar suporte aos nossos parceiros, estabelecendo um diálogo constante e direto com eles e trabalhando para garantir demanda para seus negócios assim que os viajantes puderem retomar suas experiências pelo mundo. Nós acreditamos que esta é a melhor maneira de ajudá-los em sua retomada dos negócios a longo prazo. Desde o início destes tempos sem precedentes, nossa equipe tem entrado em contato proativamente com nossos parceiros hoteleiros para oferecer orientações e apoio que sejam mais convenientes para sua necessidade atual. No mais, estamos focando nossos esforços em oferecer ferramentas e insights direcionados aos nossos parceiros para que eles possam estar à altura do cenário de turismo, que passa por uma evolução constante, e para que possam atrair reservas e reconstruir seus negócios. Junto a essas iniciativas estamos potencializando nossa expertise em gerar demanda no ambiente digital e investindo em inovação para tornar mais fácil para os consumidores encontrar o que procuram, com uma experiência de buscas modernizada, e incentivando-os a reservar. Conforme o turismo for se recuperando destes tempos difíceis, continuaremos a aprimorar o suporte aos nossos parceiros, como parte do nosso compromisso em uma reconstrução conjunta”.

Atualizado às 18h15

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