Avanço tecnológico criará 78 milhões de empregos até 2030

O estudo mostra ainda que 37% das habilidades dos trabalhadores brasileiros deverão mudar nos próximos cinco anos (Freepik Racool Studio)

O avanço tecnológico deve gerar um saldo positivo de 78 milhões de empregos no mundo até 2030, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial realizada em 55 países. O estudo, divulgado nesta quarta-feira (8), estima que 170 milhões de postos de trabalho serão criados, enquanto 92 milhões se tornarão obsoletos, representando um aumento de 7% no mercado global.

As novas posições estarão concentradas em áreas como Big Data, inteligência artificial, Fintechs, veículos autônomos, desenvolvimento de software e segurança digital. Em contrapartida, funções relacionadas a serviços postais, caixas bancários, assistentes administrativos e operadores de entrada de dados estão entre as que mais sofrerão declínio.

“A gente está dizendo com total clareza que essa demanda por tecnologia, ela, sim, vai gerar postos de trabalho. Temos uma leitura muito benéfica para o mercado de trabalho, não é à toa, são milhões de novos empregos que devem ser criados, desde que as empresas tenham o compromisso de fazer os investimentos devidos”, afirmou Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, parceira do Fórum Econômico Mundial no levantamento.
Transformações no Brasil

No Brasil, nove em cada dez empresas indicaram intenção de aprimorar habilidades tecnológicas, mas o foco principal está na contratação de profissionais já capacitados, segundo o estudo. “É importante chamar a atenção: a área de gestão de pessoas no Brasil está um bocadinho precisando fazer uma atualização para entender que o mundo está mudando e, nesse sentido, orçamento, investimento, capacitação e treinamento são agendas importantes”, destacou Tadeu.

O levantamento também revela que 37% das habilidades dos trabalhadores brasileiros deverão ser transformadas até 2030. As áreas mais demandadas incluem inteligência artificial, alfabetização tecnológica e pensamento crítico. Ainda, 58% das empresas planejam recrutar funcionários com novas competências, enquanto 48% pretendem transitar trabalhadores para funções em crescimento, minimizando impactos de funções em declínio.