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Feiras e Eventos / Opinião / Política

OPINIÃO – O Turismo segue invisível

Em Brasilia pelo PERSE Margot com Toni Sando presidente da Unedestinos Ivana Bezerra hoteleira de Fortaleza e Manoel Linhares presidente da ABIH Nacional OPINIÃO - O Turismo segue invisível

Em Brasília pelo Perse, Margot Rosenbrock Libório, vice-presidente de Captação de Eventos do BC Convention, com Toni Sando, presidente da Unedestinos), Ivana Bezerra, hoteleira de Fortaleza, e Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional (Divulgação)

É contraditório pensar que uma atividade que se tornou tão importante para um número tão grande de pessoas siga mantendo-se imperceptível quando o assunto é relevância econômica e geração de emprego e renda. Vale lembrar que, segundo dados do próprio Governo Federal, o turismo nacional foi o responsável pela criação de 214.086 vagas de empregos formais dentro do setor, em 2023. Estima-se que o setor emprega no Brasil mais de seis milhões de pessoas.

A luta pela manutenção do Perse – Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, tornou muito clara essa condição de invisibilidade. O turismo e o setor de eventos foram impactados drasticamente pela pandemia da Covid-19. Inicialmente, meios de hospedagem, bares, restaurantes, casas de shows e espaços de eventos foram totalmente fechados e após muitos meses (e no caso dos eventos, após mais de dois anos) retornaram gradativamente, com a adoção de inúmeros e caros protocolos de segurança.

Turismo e Eventos precisavam do apoio governamental e hoje ainda precisam! Mas essa realidade não é vista… O Perse veio para apoiar a retomada, é decisivo para o futuro dos investimentos do setor e é o primeiro e único programa federal de incentivo fiscal que o setor de turismo e eventos recebeu em sua história! E vale pontuar, desde a sua criação, o Perse tinha data estipulada para acabar – fevereiro de 2027, e querem antecipar isso. O Perse não pode ser extinto, ou drasticamente diminuído, em 2024, sendo que a pandemia terminou efetivamente em maio de 2023.

O que vivemos entre 2020 e 2022 só quem é do setor sabe… O que nos custou de recursos, resiliência e saúde mental nunca foi computado. As dificuldades do setor já haviam começado muito antes, com a greve dos caminhoneiros (maio de 2018). Fomos impactados inúmeras vezes por problemas logísticos e climáticos. Estradas bloqueadas, enchentes, enxurradas, ciclones (sim!), deslizamentos de terra, petróleo nas praias, secas imensas e aí vai… não faltam dificuldades, mas também não nos falta garra e coragem para fazer dar certo.

O Perse possibilitou a recuperação de empregos. O Perse cumpre seu papel, que é apoiar a retomada do setor. Um setor feito por pessoas e para pessoas. Então, se ele é tão justo e está dando tão certo, por que o Perse sofre risco de cortes e extinção?

Porque somos invisíveis como setor! Porque turismo e eventos agrega tantos pequenos serviços e pequenos negócios, que o mapeio da cadeia produtiva é de difícil percepção. Porque é muito mais simples computar os números do agro ou da indústria. Porque trabalhamos quando todos trabalham e também trabalhamos quando todos descansam, e estamos sempre cansados demais para as batalhas políticas.

Quando somos pensados como setor, na realidade simplesmente ‘não somos pensados’. Quando finalmente fomos pensados e tivemos acesso a um programa, o Perse, querem nos dizer que ganhamos demais e fazer parecer que não somos dignos deste benefício. Turismo e eventos existem! Movimentamos a economia, queremos ser vistos, respeitados e precisamos de mais empatia.

Nós merecemos o Perse! #ficaperse #simaoperse.

Margot Rosenbrock Libório é hoteleira e vice-presidente de Captação de Eventos do BC Convention.

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