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Agências e Operadoras / Cruzeiros

Abav Nacional é contra suspensão de cruzeiros no Brasil: “não me parece coerente”

A presidente da Abav Nacional, Magda Nassar acredita que os protocolos são completos e as taxas de contaminação ainda são baixas para pensar em uma interrupção da temporada.

A presidente da Abav Nacional, Magda Nassar acredita que os protocolos são completos e as taxas de contaminação ainda são baixas para pensar em uma interrupção da temporada.

Com menos de 400 casos positivos de Covid-19 identificados a bordo dos navios que operam na costa brasileira (0,3% de todos os hóspedes embarcados), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária suspendeu as operações do Costa Diadema, interrompeu dois cruzeiros do MSC Splendida, vem acompanhando a situação de outras embarcações que continuam navegando e ainda recomendou a suspensão provisória da temporada de cruzeiros no Brasil.

Em entrevista ao M&E, a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional), Magda Nassar saiu em defesa dos cruzeiros. Segundo ela, os cruzeiros possuem uma regulamentação que é única existente no País, com o protocolo completo adotado pela Anvisa, com testagens recorrentes, uso de máscaras, apresentação do comprovante de vacina, entre outras medidas para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes.

“Queremos todos protegidos sim, mas gostaria de entender porque apenas este segmento tem sofrido esta pressão com taxas tão baixas de contaminação e um protocolo tão completo?”

“O que me espanta é que isso não saiu de controle, foram isolados os casos. Se olharmos para o percentual de casos, é um número baixo para que haja toda essa preocupação neste momento”, afirmou a presidente da Abav Nacional.

“Devemos lembrar que estamos em uma pandemia, um passageiro que sobe pra um cruzeiro, ele sobe se sentindo protegido por conta de todos os protocolos, mas era inevitável que casos pudessem surgir. De qualquer forma, quando detectados os casos, os passageiros são imediatamente isolados, as medidas já estão sendo tomadas”, completou Nassar.

Segundo ela, temos que defender os navios. “Queremos todos protegidos sim, mas gostaria de entender porque apenas este segmento tem sofrido esta pressão com taxas tão baixas de contaminação e um protocolo tão completo?”, indagou Magda.

“Qualquer melhora que possam implementar, defendo que seja implementada, mas fazer isso (suspender) em apenas um segmento com um número de contaminação menor que 0,3%, não me parece coerente. Se vamos suspender a temporada de navios, vamos suspender também os outros grandes eventos? Voltaremos para um lockdown?”

“Qual o percentual nas aglomerações de 50, 100 mil pessoas, que tem acontecido por exemplo, nas festas de final de ano? Aonde está este percentual? Aonde está a recomendação de proibição? Muitas destas aglomerações não seguem os protocolos definidos e também não há um estudo no pós para entender a taxa de contaminação. Nós, durante a Abav Expo, fizemos isso. Tivemos um observatório, realizado pelo governo do Ceará, que realizou esta amostragem pós-feira”, explicou Magda.

Ainda segundo a presidente da Abav Nacional, é preciso respeitar a pandemia. “Mas nós do Turismo somos só uma indústria, e as outras? Será que estão respeitando? Os protocolos devem ser rígidos em todos os lugares e segmentos, não em apenas um. Qualquer melhora que possam implementar, defendo que seja implementada, mas fazer isso em apenas um segmento com um número de contaminação menor que 0,3%, não me parece coerente. Se vamos suspender a temporada de navios, vamos suspender também os outros grandes eventos? Voltaremos para um lockdown?”, questionou a presidente.

Nesse domingo (2), a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos no Brasil (Clia Brasil) recebeu a decisão da Anvisa de uma suspensão provisória da temporada com surpresa, tendo em vista que os “menos de 400 casos positivos identificados a bordo representam 0,3%, ou seja, uma pequena minoria dos 130 mil passageiros e tripulantes embarcados desde o início da atual temporada, em novembro”, se manifestou a Clia, em nota oficial. 

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